quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

E tu, já deixou de lado alguma bobagem hoje?

domingo, 25 de dezembro de 2011

Sentado numa mesa em que só se ouve "empresa" "lucro" "mercado".
Por que diabos isso é tão mais importante?
Cada vez mais pessoas. Cada vez mais sozinho.
A comida desce engasgada, tal qual o pensamento áspero.

O problema do "outro".
O outro, quando é nós mesmos. Qualquer palavra dita será para a ofensa.

E a ofensa será nós mesmos, não mais as palavras. Tudo em nome de uma embalagem bonita, de um doce recheado.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Amanhã

De manhã, tudo vai estar bem;
Quando o estômago parar de girar, quando a vida começar de novo.
Quando as escolhas já tiverem sido feitas e o arrependimento estiver conformado.
Amanhã, as cortinas terão sido abertas, e as falas de que não conseguimos nos lembrar serão ditas. E as coisas que nunca entendemos não serão mais problema, será fácil ignora-las.
Amanhã, quando a esperança brotar e as nossas mentiras fizerem sentido.
Haverá paz por todo o universo.

A quem queremos enganar?

Quem se enganará de pensar que as vozes estão na vazio?
E que encontrará palavras e sentimentos em meio ao frio
do vento, que sopra do outro lado daquela porta.

Quem se deixará enganar pelos rostos de cartazes na rua?
As pegadas pintadas no chão, as cores, e a manequim nua,
que de nariz empinado olha pro céu, de cara torta.

Quem será tolo de pensar que os laços fazem a diferença?
Em embrulhos entregues de má vontade, dados sem presença
de sentimentos, em pacote bonito, que não importa.

E quem é você quando se vê sozinho, sem trilha a seguir?
Numa expressão alegre, mas falsa, tentando apenas omitir
que, por dentro, se sente uma criatura morta.

Sim, ele existe

O que te faz abrir os olhos e continuar a vida do ponto em que parou ontem a noite;
É o que te faz fechar os olhos devagar e de leve, com um sorriso no rosto, enquanto esquece o que está em volta, envolto na sensação quente de pensar em alguém.
Ele existe, quando alguém tem motivos para quebrar pedras ao longo dos dias, para colher um flor de vez em quando.
É o que nos faz querer continuar aqui, continuar depois de tudo; o que ergue a mão que enxuga as lágrimas de quem vive, pois viver machuca. Machuca o joelho, machuca a alma.
E o que cura o citado sofrer é o amor. Ele existe, e aquele que lhe diz inexistente, o faz por não o ter reconhecido.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O que sobrou do céu

Eu gosto quando falta luz.
No escuro temos a certeza de que não precisamos ter vergonha de aparecer na luz.
E o mar de gente segue a onda na maré da incerteza, fazendo da TV um espelho refletindo o que a gente sempre esquece. Que só temos uns aos outros. Que só temos...

Quando falta luz o céu da noite não mais parece escuro, e sim parece cheio de vida, o que de fato é. Mas no auge da tecnologia da energia elétrica fazemos questão de esquecer de tudo, e de quem somos.

Ou no fim o que está esquecido é apenas a nossa percepção, de que na verdade não existimos.

Os mistérios do ser humano e seu auto conhecer

Descobri o quanto sabemos pouco sobre nós mesmos, e que estranha é nossa cabeça, quando, com muita naturalidade - e voluntariamente - coloquei tocar Gentle Giant - Cogs In Cogs aqui no computador.
Depois de alguns instantes eu pensei, "O que houve comigo? D:"

Para ilustrar o que eu estou dizendo, veja.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Três temas traçados

"As garotas vêm e voam,
nas asas de suas vestes.
Se pintam de feias, caricaturas
Carregam espelhos, carmas, pinturas."
--
"Desfizeram a paisagem
De tanta foto do mesmo lugar
E nem a onda é novidade
Pra quem nunca viu o mar"
--
"No mesmo plano, de novo eu sigo
Revi as pegadas: sinais de perigo
Sem pressa, ando e aprendo enfim;
Importa o caminho, não o fim."

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

E as gentes

Primeiro, perceberam como é bom ganhar atenção. Foi fácil descobrir formas de fazê-lo. Uma das mais eficientes era utilizar coloridas máscaras e pinturas, fantasias ou disfarces.
Com o tempo e as supostas evoluções de seus hábitos, ficaram perturbados pela ausência de público na audiência de seu teatro. Todos estavam ocupados encenando suas próprias historinhas; Decidiram, então, pela união de todos embustes em um só, contracenando livremente e sem direção. Muitos papéis se repetiram, e vários não se encaixaram com os textos que eram exaustivamente ensaiados pelas maiorias. Mas o patético espetáculo foi levado adiante, e hoje o chamamos de convívio em sociedade.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

E o teu carro novo????

Chegando em casa, depois daquele banho maravilhoso para tirar o cheiro de escritório, ligo a TV inutilmente para escutar qualquer besteira que possa tentar me convencer que a felicidade pode ser adquirida facilmente em 6 x no cartão de crédito e ainda, sem entrada!!!!! Uauuuu!!! São muitas as condições para vc adquiri-la.... são muitos os produtos que enriquecem sua vida com sorrisos e dias leves!! Não??? Que tal um belo par de sapatos??? Ou quem sabe um lindo colar de pérolas??? Para os que almejam uma felicidade suprema... que tal então um carro novíssimo????
Eu nunca vi alguém ter dores abdominais de tando dar gargalhada ou sentir a sua vida mais completa ao adquirir qualquer uma dessas coisas....

"Afinal, a religião sempre serviu mesmo para isso: poupar o homem do mundo do qual ele tem medo de sair."


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Felicidade e infelicidade são uma coisa só!

Ultimamente a filosofia budista de encarar a vida está fazendo muito sentido para mim:

"Existem ciclos de sucesso, como quando as coisas acontecem e dão certo, e os ciclos de fracasso, quando elas não vão bem e se desintegram. Você tem de permitir que elas terminem, dando espaço para que coisas novas aconteçam ou se transformem.

Se nos apegamos às situações oferecemos uma resistência nesse estágio, significa que estamos nos recusando a acompanhar o fluxo da vida e que vamos sofrer. É necessário que as coisas acabem, para que coisas novas
aconteçam. Um ciclo não pode existir sem o outro.
O ciclo descendente é absolutamente essencial para uma realização espiritual. Você tem de ter falhado gravemente de algum modo, ou passado por alguma perda profunda, ou por algum sofrimento, para ser conduzido à dimensão espiritual. Ou talvez o seu sucesso tenha se tornado vazio e sem sentido e se trasformado em fracasso.
O fracasso está sempre embutido no sucesso, assim como o sucesso está sempre encoberto pelo fracasso. No mundo da forma, todas as pessoas “fracassam” mais cedo ou mais tarde, e toda conquista acaba em derrota. Todas as formas são impermanentes....
Um ciclo pode durar de algumas horas a alguns anos, e dentro dele pode haver ciclos longos ou curtos. Muitas doenças são provocadas pela luta contra os ciclos de baixa energia, que são fundamentais para uma renovação. Enquanto estivermos identificados com a mente, não podemos evitar a compulsão de fazer e a tendência para extrair o nosso valor pessoal de fatores externos, tais como as conquistas que alcançamos.
Isso torna difícil ou impossível para nós aceitarmos os ciclos de baixa e permitirmos que eles aconteçam. Assim, a inteligência do organismo pode assumir o controle, como uma medida autoprotetora, e criar uma doença com
o objetivo de nos forçar a parar, de modo a permitir que uma necessária renovação possa acontecer. Enquanto a mente julgar uma circunstância “boa”, seja um relacionamento, uma propriedade, um papel social, um lugar ou nosso corpo físico, ela se apega e se identifica com ela. Isso faz você se sentir em relação a si mesmo e pode se tornar parte de quem você é ou pensa que é. Mas nada dura muito nessa dimensão, onde as traças e a ferrugem devoram tudo. Tudo acaba ou se transforma: a mesma condição que era boa
no passado, de repente, se torna ruim. A mesma condição que fez você feliz
agora faz você infeliz. A prosperidade de hoje se torna o consumismo vazio
de amanhã. O casamento feliz e a lua-de-mel se transformam no divórcio infeliz ou em uma convivência infeliz. A mente não consegue aceitar quando uma situação à qual ela tenha se apegado muda ou desaparece. Ela vai resistir à mudança. É quase como se um membro estivesse sendo arrancado do seu corpo.
Isso significa que a felicidade e a infelicidade são, na verdade, uma coisa só. Somente a ilusão do tempo as separa.
Não oferecer resistência à vida é estar em estado de graça, de descanso e de luz. Nesse estado, nada depende de as coisas serem boas ou ruins...
Observe as plantas e os animais, aprenda com eles a aceitar aquilo que é e a se entregar ao Agora.
Deixe que eles lhe ensinem o que é Ser.
Deixe que eles lhe ensinem o que é integridade – estar em unidade, ser você mesmo, ser verdadeiro.
Aprenda como viver e como morrer, e como não fazer do viver e do morrer um problema."

Eckhart Tolle

Pretensão



E de novo achamos saber de tudo. "A possibilidade da água em estado líquido" é só o que dizem.
Existe muito mais coisa entre o nada e nós, muito mais do que é possível imaginar.
Mas de novo, achar saber é muito mais fácil do que saber não saber...

Um planeta a 600 anos luz de distância, é tudo o que conseguimos dizer sobre vida fora da Terra? Só porque é parecido com o nosso? Nós somos a única e absoluta possibilidade em um universo inteiro supostamente sem fim? Acho que é muita pretensão...


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

E eis que abrimos mão de coisas sem preço pra ficarmos com coisas sem valor.

Natal

E mais uma vez chega o fim do ano. Chega a época de fingir que vivemos em uma terra que neva, e que existe um homem branco distribuindo presentes e esperança. Um homem gordo. Tão gordo quanto a mentira que representa.
Eu tenho lembranças boas do natal, mas só as tenho porque as famílias costumavam se reunir, mesmo odiando uns aos outros, falando mal pelas costas. Porque eu tinha "amigos", porque ganhava presentes, era tempo de férias da escola e tempo de ganhar e comer chocolates. Hoje eu me pergunto se devo comemorar tal data ou não. Afinal de contas, tudo o que nos ensinavam era para ser honesto, não mentir e não fingir. Tudo o que acontecia nesse tempo de ensino, durante o natal, era o completo oposto.
Porque guardamos uma data que supostamente serviria para preservar os bons costumes, se temos o ano inteiro para fazê-lo, e não fazemos?
No natal também não fazemos. Mas compramos algo que faça o trabalho por nós. Igual um livro de auto ajuda cuja finalidade é pensar por nós.

Podemos fazer coisas boas durante o ano. Não precisamos de uma data inventada para movimentar o comércio.
Acredito que não precisamos fingir que aqui neva, que faz frio em dezembro, para parecer que estamos em um país "desenvolvido" para não perder o "norte" ficar desnorteado... expressões eurocêntricas. "Porque não o sul?" Diria Sérgio Trombetta...

Porque precisamos de uma diretriz que diga: "façam o bem, reúnam suas famílias"?
Enquanto seguirmos isso, estaremos, também, seguindo uma outra diretriz, talvez projetada, que nos diz: "bitolem-se, explorem ou sejam explorados, idolatrem os poderosos".
Mas esta deixamos pro restante do ano...

No natal, acontece algo semelhante com a relação "elite x plebe". Os exploradores vão odiar os menos favorecidos para amenizar os efeitos da culpa, e os explorados vão odiar os exploradores.
No natal, as pessoas vão fingir se dar bem com as outras para amenizar a culpa de um ano inteiro não dando bola pra nada.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Sol

Sol buraco negro, porque não vai e leva embora a chuva?
Eu aqui, perdido e vivo no superdesconhecido... e apenas uma regra: conhece a ti mesmo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Eu não queria ter que usar um tapa-olho

Na era dos especialistas, eu, que queria gostar de tantas coisas, fui obrigado a escolher não ter opção.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Espírito move-se através de tudo

Por que temos a mania de achar que por algum motivo existiria algo preocupado com nossas angústias?
A nossa tarefa é levar a pedra morro acima todos os dias. Não podemos, por enquanto, saber o porque, mas sabemos que tem dias que ela é mais leve e outros que ela é pesada.
Fora isso, a natureza nos contempla, contempla nosso suor, trabalho e só. Nada mais. Nossa angústia, nossa tristeza ou mesmo alegria, não significam nada para a natureza.

Como diria Serj, cada vez que olhamos no espelho vemos duas coisas:
Um, somos espíritos iluminados, parte do espírito que se move por todas as coisas e, dois, somos as criaturas mais burras do planeta. Nós somos os dois. E estamos aqui para destruir. O importante é ver o que vamos fazer com toda essa destruição.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sobre essa naba

Pensei em trocar toda semana a frase qua aparece ali em cima. (Sim, tem uma frase ali em cima, abaixo do nome do blog). Isso, e aceito sugestões :D

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Conta - Conto

http://pingospoeticos.blogspot.com/2011/11/conta-conto.html

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Vendendo o cú por heroína

E eu não sei o que é pior.
A inexistência dos muros somente deixa a prisão muito maior.
Eu queria... deveria... deveríamos. Eu não sei se a ciclicidade é para o bem.
Tudo o que desejo é que o meu karma esteja bom. Mesmo não estando eu sou agradecido por ele.
Agradecido pela vida, por poder criar, por poder respirar, por poder amar. Por querer o bem, sem se preocupar se isso é ou não é um ato de egoísmo.

Já faz algum tempo que não nos falávamos mais. Eu poderia negar até a morte que não estava com saudade, e tudo que estaria negando era nada mais que a verdade.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Percepção II

Minha cara no espelho, endurecida pelo tempo, pelas experiências vividas e pelo curso natural das células do corpo.
10 anos separam o tempo de agora do tempo q eu era mais guri. O próprio tempo separando ele mesmo.
O espelho me diz que sou outro, que mudei. De fato, pode ser que tenha mudado, muita coisa acontece em muito tempo, embora pouco.
Ou foi minha percepção que mudou e continuo sendo exatamente a mesma pessoa?
Nesse caso o espelho se tornaria uma pequena janela, abrindo-se para uma terrível verdade: Eu não existo.

domingo, 13 de novembro de 2011

Esse é o jeito

Assim que tem que ser. Mama me disse que eu não podia brincar com o garoto da porta ao lado.
E eu pensei: foda-se, não é com a porta que me importo, e vou brincar de coisa séria, ali do lado de fora, por fora da minha alma; No lugar onde as cinzas repousam.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Bruxismo psicológico

Esperando algodão doce, herdamos nuvens cinzas de cigarros-chaminés.
Eu e você fomos entregues na porta de uma casa que não nos pertence, para sermos criados na sombra quente do concreto, no colo frio da mãe-sociedade.
Então fomos ensinados a usar as estradas, e nunca ir aonde elas não permitissem.
--
Eu fui um piloto de caça, e na bomba que eu soltei não havia um para-quedas. Explodimos eu e minha cabeça tentando entender um ao outro, entender os que são outros.
Astrounautas que fomos-somos, ficamos atordoados ao aterrisar sem aviso nessa terra estranha. Sem instruções, sem mapa, sem objetivos. Estávamos vivos, e isso era tudo. E agora, perseguimos brilhos ocultos, para voltar a esconde-los depois de encontrados.
--
Mas... alguma coisa ficou pra trás. Antigamente, tu sabias exatamente o que fazer.
E eu, que sempre soube o que quis, até conseguir, me perdi numa busca para encontrar a resposta para a dúvida que me assolava: o que estou procurando?

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Percepção

Toneladas de conhecimento adquirido, livros e livros e livros escritos, desenvolvimento tecnológico agressivo, bibliotecas imensas erguidas e destituídas. Tudo para uma única certeza: A certeza da dúvida.
A percepção de tempo, a percepção dos sentidos humanos, a percepção de nosso próprio 'eu', virtual ou real, a notoriedade de um constante fluxo.
Parece que o tempo nos muda, nos reconfigura. Ou talvez seria a nossa própria percepção que muda e se reconfigura. Sendo assim, continuaríamos os mesmos de sempre?

Há quem diga que alguns homens entortam colheres com o poder da mente. Mas se pararmos para analisar, e se concentrar fixamente, veremos que quem entorta são os próprios homens diante de uma realidade, talvez distorcida: a colher não existe.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Revolução

- Ah, no fim tudo acaba como naquele livro lá.
- Mas você não acredita?
- No que?
- Que pode ser diferente?
- Não adianta, não há outra maneira.
- Mas um tempo atrás não era desse jeito, alguém teve de pensar nisso primeiro, e acreditar nisso, por isso hoje é assim.
- ...

sábado, 5 de novembro de 2011

Por quê não usas a máscara do V de Vingança?

Você, que estava na fila, você poderia ter dado licença para a moça com os pratos. Você poderia ao menos uma vez na vida deixar de lado essa besteira de achar que é uma princesa e que faz e acontece pq é poderosa e não sei mais o que que suas amigas tentam te mentir que você é...
A moça com os pratos precisou te pedir 3 vezes licença para você poder dar um mínimo de movimento para o lado para ela poder passar.

É engraçado como você fala sobre falsidade e má educação, quando nos gestos simples do dia a dia você é exatamente tudo aquilo que você "jurou odiar". Mas afinal de contas usar um ray ban para esconder os olhos é sempre mais fácil do que mostrar para as pessoas para onde você está olhando ou para onde você está indo. É muito mais fácil fingir que é o que não é, em uma máscara virtual, numa rede de mentiras e frieza maquinal.

Você também poderia ter me cumprimentado. Não é porque eu estou de preto que me falta a coragem para vir para a luz.
Não é porque eu não sou como você, que você precisa me dizer como que eu precise ser, para ser o que você acha certo ser.
Não.
Não.
Não.

Gente estúpida, cara de pau, hipócrita e sem vergonha!

A moça dos pratos precisou te pedir 3 vezes licença.

O moço ou a moça dos disfarçes apenas precisou pedir uma única vez para se disfarçar de palhaça, e você aceitou, mesmo tendo que pagar por isso.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Confusão

De repente, Valdir percebeu: havia algo de estranho. Olhando a si mesmo, em sua casa, notou que a imagem refletida no vidro não o acompanhava fielmente. "Mágica ou maldição", pensou. "Talvez esteja antevendo meu próximo momento". De certa forma, não deixou de achar tal fato fascinante.
Decidiu, então, seguir aquela sua estranha versão, e adaptar-se a ela. Jogou fora uma velha tela e começou um novo auto retrato, a partir do que passou a ser a cada dia. Um amigo, tempos depois, disse que a obra se assemelhava a uma colcha de retalhos.
Essa percepção se tornou confusa, um tanto perturbadora, a medida que cada vez mais a imagem que via era distinta do que esperava. "Mágica e maldição", concluiu. Teria que se esforçar muito para acompanhar a bizarra evolução a que estava fadado; e assim o fez.
Numa quarta feira pela manhã, quando foi comprar uma camisa floreada, para acompanhar sua próxima cara, ficou aturdido no provador de roupas. A imagem que via no espelho fazia exatamente o mesmo que ele. Não uma ameaça do futuro, mas a simples réplica do presente efêmero. Apenas ele, fitando a si mesmo, num ciclo infinito. E, céus, como era feio!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Montanhas sagradas

Você pode sentir sua presença aterradora?
Por algum motivo alguém disse que elas seriam obstáculos...
Impedimentos para guerras não fundamentadas.

Você pode ouvir os gritos silenciosos?
Ecoando na base de seus desfiladeiros.
Muito mais que um templo grandioso.

Você é capaz de escalar?
Diria uma vez o Observador Lunar, em sua limitação.
Para alcançar a lua é necessário subir em algo muito alto.

Percorrendo os caminhos da montanha, tal qual o da própria vida, cada dia empurrando uma nova pedra lomba acima.
E ainda pensamos que somos grandes.
Você pode ver as montanhas sagradas?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A raiva como resposta quase sempre... O calor das lágrimas quentes. A sensação de incapacidade, de fracasso e solidão mental.
No deserto do consciente as areias se movem exaustivamente, ventania constante.
Apenas um vestígio... o último refúgio humano.
No meio das areias, corroído pelo tempo, eis o meu templo.
Vou e volto dele de vez em quando, quando não vejo mais saída aqui.
Suas muralhas me protegem, de alguma forma, de todas as adversidades.
A ida é demorada e penosa, pois as areias agitam-se com firmeza, impedindo o meu avanço rápido.
A volta é sempre mais tranquila, não há ventania e sempre tem um pôr-do-sol... um próprio mecanismo de defesa contra a insanidade?
Seria ideal nunca precisar visitá-lo, mas acredito que não tenho essa sorte. Ninguém tem.
Da mesma forma que ninguém um dia aprende. Todos estão sempre aprendendo, desde o momento do nascimento até o momento da morte.

sábado, 29 de outubro de 2011

Quando a raiva se esgota, e nada ainda foi suave, só nos resta a tristeza.
O momento em que descansamos para a próxima luta em vão; Tentar voltar ao passado, tentar fazer algo de útil, tentar tentar...
Dia após dia, se vai tudo o que você um dia foi, para o bem ou para o mal. Mas é a verdade que assombra e é o descaso que condena.
A verdade que nos leva à dúvida, e a dúvida que nos consome.
E se um dia você não conseguir mais acordar? Ainda te chamariam covarde...
E se um dia você acordar e levantar, te chamariam pretensioso.
Se um dia você souber não saber, te chamariam de mentiroso.

Talvez quando nada mais faz sentido, sentido há.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O jovem Jurandir

Jurandir estava contente; À base de muito raciocínio e digestão intelectual, formou, por si mesmo, uma sólida, consistente, opinião.
Ali estava ela, sintetizando todos pontos de vista em que Jurandir já se pôde apoiar. Deu um passo atrás, após posicionar, em frente a janela, o monumento que erguera.
Um pouco mais de longe, era possível contemplar aquela obra em sua plenitude. Fisicamente, era não mais que um tijolo de barro vermelho, maior que ele próprio.
Bem ali ficaria sua inestimável opinião, decidiu.
E do outro lado da antiga janela, pedras e folhas e galhos iam e vinham sem serem notados. A ele, estes não passariam de conversa fiada.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Frank não é fácil.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

(Im)possibilidades e ferramentas

Nos dão tantas ferramentas... é como dar para um artista uma máquina que fará para ele tudo o que ele imaginar. Talvez por conhecer os meios da arte e alguma técnica ele fará muitas coisas, ou não.
Dizem que uma pessoa que faz muitas coisas, só conhsegue fazê-lo por, justamente, ter exatamente muitas coisas a fazer. Uma pessoa muito ocupada.
Até é verdade, mas acho que isso não se aplica ao montante de coisas que há a se fazer.
E esse montante é produto, em parte, destas mesmas ferramentas que nos são oferecidas no mundo de hoje... e com elas, fazemos montes de coisas. A maior parte desse monte é destinada à estagnação, imersão... transe.... e transição também. É como uma prisão.

Possuímos tantas ferramentas de transformação e construção, e na maioria das vezes tudo o que transformamos é nós mesmos. Nos transfomamos em prisioneiros. E ainda ajudamos a construir apenas a prisão e não a saída dela.

Desde sempre construir foi muito mais difícil.
E continuará sendo. Para alguns, essa é a graça, assim como a graça está na jornada e não no objetivo concluído.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Oh! Admirável mundo novo...

E foi em quase pleno silêncio que li uma voz talvez não silenciada.
Em uma sociedade dita perfeita e feliz, alguém ainda reclamava o seu direito de ser infeliz.

Chegaremos a tal ponto será? Onde será que os desejos se confundirão com a realidade, e o que se tem, além de ser real, será também um desejo? Um desejo realizado?
Naturalmente que você dirá que isso já acontece, e eu vou ser obrigado a concordar.

Depois de tanto ler, estive por cansado. Como se tivesse caminhado por muito tempo, no mesmo lugar.

Acho que no fim a jornada é melhor do que o objetivo concluído.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O meu caderno

Eu tenho um caderno meio velho, com folhas de papel reciclado.
Faz um tempo que venho tentando me lembrar de comprar outro, porque esse vai acabar logo.
Há alguns instantes, resolvi dar uma olhada pra ver quanto sobra dele.
De trás pra frente, de cara, vi um recado de um amigo, me mandando beijocas, e a minha risada em resposta logo abaixo, seguida de um desenho de um gato... ô.o
Continuei folhando, vi algumas anotações de rpg, um desenho que não sei quem fez, algumas páginas em branco. Uma equação que teimou em ficar ali, a qual não sei mais resolver.
Segui um pouco mais e vi uma página povoada pelas mãos de minha amada, com anotações da sua aula, naquela letra que ela insiste chamar de feia e que eu tanto acho bela. E, junto a elas, um belo desenho que me fez abrir um inevitável sorriso grandão.
Revi anotações de alguma aula de história, e agora lembro que na verdade foi por isso que abri o caderno, de início. É claro, acabei me perdendo nas lembranças assim que o abri, da mesma forma que nos perdemos ao abrir o baú de memórias da nossa cabecinha oca, conversando com um amigo ou olhando pra parede do banheiro.
Vi uma declaração de amor ao Elisbelto, e ri de ser chamado assim.
Achei mais umas folhas em branco e pensei que ainda cabia muita coisa ali.
Vi uma declaração de amor do Elisbelto, em uma carta que escrevi, entreguei, mas mantive comigo.
E isso me lembrou que muitas páginas saíram desse caderno para virarem cartinhas queridas, guardadas com muito carinho por essa moça linda de quem falei.
Eu vi um gráfico, que eu nunca entendi, demonstrando algo que eu descobri não me interessar.
E isso me lembrou que muitas páginas saíram desse caderno porque eu estava de saco cheio de estudar cálculo. E agora penso que as memórias dessas complicações artificiais, assim como as páginas, se foram embora pouco a pouco. Ufa.
Eu vi idéias anotadas, coisas de gênio e de jegue, esboços de letras, poemas, histórias, harmonias musicais, mapas de rpg, a data de um dia comemorado a toa.

E ag0ra, depois de escrever tanta coisa que tão pouca gente vai ler, pensei... cabe tanta coisa num caderno tão pequeno, e essas coisas se abrem tão maiores enquanto eu vou lembrando... céus, a nossa vida é um amontoado de memórias esquecidas.
Imaginei ser absurdo anotar e lembrar de tudo que fizemos. E pensei ser algo bom, saber que, pelo fato de estarmos escrevendo na areia, deixaremos que mais alguém escreva naquele mesmo lugar. Depois que o mar levar embora nossas consciências e nossos cadáveres.

Voidwalker

Verifiquei se o tênis realmente estava confortável com aquela meia, concluí que sim. Ficaria assim. A calça Jeans não era a vestimenta mais confortável do mundo, mas servia. Era resistente, e era de resistência que eu precisava. Uma camiseta preta, com escritas que naquelas hora não faziam o menor sentido, mas a cor me agradava. Terminei de jogar algumas coisas na mochila, sem esquecer da toalha, é claro. Coloquei tudo nas costas e me certifiquei de que tudo ficaria bem, ali, pelos próximos meses. Quando finalmente tive a certeza, escrevi um bilhete, para mim mesmo, quando voltasse, "siga sempre o sol" dizia ele. Prendi-o na porta da geladeira, com o auxílio de uma cenourinha feliz. Tranquei a porta, joguei a chave em um bolso da mochila que eu pretendia não abrir por muito tempo. Dei alguns passos, e me voltei para contemplar, por um último momento, o lugar que meu coração tanto amava, o lugar que eu chamava de lar. Não sabia quando que voltaria, e se voltaria novamente algum dia. Senti uma gostosa saudade, e com um pouco de luta fechei os olhos com aquela imagem completa na minha mente, dando as costas àquele lugar ainda de olhos fechados. O sol de final de tarde me ilumina, agora, e meus pés pedem para sentir a estrada, pedem para me levar para onde eu nem sei se quero ir. Mas... sei que no final vai valer a pena.

Desconhecido, aí vou eu!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Você não pode ver que eu amo o meu pau?

"Meu pau é muito maior que o seu.
Meu pau pode sair andando pela porta.
A minha merda fede melhor que a tua.
A minha merda fede por todo o chão."

Por isso talvez que as pessoas ainda são convencidas a terem o que não precisam. Eu tenho certeza que houve um tempo em que não se tinha quase nada, e ainda assim a felicidade estava presente.

Hoje em dia tem gente que precisa ter e aparecer, como se não bastasse, pra provar alguma coisa que não prova nada a ninguém. Uma "extensão peniana", se autoafirmar.

É o que sempre me intriga.
Quando tínhamos trens, provavelmente alguém nos convenceu de que precisávamos de trens.
Depois nos convenceram de que o trem não era bom. Bom eram os caminhões, os ônibus...
Praticamente já nos convenceram, também, de que as máquinas são melhores que as pessoas.

Para onde você espera eles irem quando as bombas começarem a cair?

Então, nós olhamos esperançosos para o céu.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tangerine (the silent parting ways)

Onde foi parar a Tangerina? Eu não sei dizer. As discussões e teorias, muitas murcharam e sumiram.
Os cumprimentos doidos (a aranhinha) escorreram entre os dedos, e os restícios foram batidos embora na parte de trás da calça.
Os verdes gramados foram patrolados.
Ao contrário do modo como o velho tauren abdicava de um toco, abdicamos pouco a pouco do pequeno santuário compartilhado. A paz foi deixada de lado, embaixo de uma pilha de folhas num canto qualquer, para procura-la em outro lugar, nos lugares dos outros. Foi embora a graça no fazer nada, no nada mais além de alguém.
Menduim, menduim. Os sonhos não são mais os mesmos. Nem se tem mais a diversão curiosa de iniciar os projetos nunca acabados, inacabáveis.
Teias de aranha. Mais presos, quanto mais tempo passa.
Na verdade, as silenciosas despedidas não fizeram vítimas indefesas. Todos escolheram, sem optar, por um caminho diferente. Fazem falta os atalhos entre eles. Ainda são tão poucos...

Um dia, ouvi dizer que "A saudade é um desvio na linha da existência, como uma âncora que prende nosso barco no meio do mar, enquanto as ondas seguem adiante.". Agora penso que talvez sejam várias âncoras pequenas; presas na nossa pele, como anzóis. Sinto saudade de anteontem, do fim do ano anterior, do fim de uma tarde sem data, muito tempo atrás. E diante disso, não sei pra onde ir.
Não sei pra onde vamos.

Onde quer que vocês tenham ido... obrigado por, um dia, terem vindo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Aaah!

A maravilhosa sensação de encostar a cabeça no travesseiro e, mesmo sem companhia, não se sentir só.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Na verdade eu esqueci do título. Então... pensa num por ti mesmo.

O fogo... que foi que fizemos com ele?
Estamos aquecidos pela não-sinceridade dos lençóis térmicos.
Que fizemos para que fossem embora as corujas?
A sabedoria dos pardais e professores nos serviu melhor.
As conquistas perdem o valor depois de conquistadas?

Trancafiadas em cofres estão as coisas mais inúteis que nós temos. Pois não as levamos conosco. Tiramos dos outros, e de nós mesmos, o privilégio de te-las por perto.
E, presas num baú sem peso, frágil como uma fé, estão também esquecidas nossas verdadeiras razões. As chaves que abrem os baús outros, cada um-a-um. Segredos que nem seus donos vão conhecer.
O homem hoje falha em ser orgânico, humano, espontâneo. Fez seu trabalho automático e assim tornou a si próprio, político de poliéster.
Assim, no meio da fraude do global, vivemos barco a barco vizinhos, presos por âncoras que nem lembramos como erguer.
Uma liberdade comprada sem contrato, paga em infinitas parcelas do tempo em que morremos.

Avohai

Avohai era um velho invisível.
Desses tantos velhos(as) que conhecem os segredos da terra, das plantas e dos animais.
Passam despercebidos na correria do mundo moderno, onde todo o conhecimento destes sábios vai se perdendo aos poucos, todas as ciências de baixa tecnologia.

Um bom chá para curar essa asia.

Mas Avohai também era um velho indivisível.
Barbas longas, semblante de caçador e botas de peregrino.
Sobre os resquícios de tudo o que sobrou do céu.
Todos os prédios enormes que não dizem nada, nada do que diria Avohai.

Avohai, avô e pai.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Somos Poeira Estelar

Como melhor nos convir:
Seremos pombas, brancas sombras.
Dançando aqui e ali,
entre gentes e gestos,
seremos migalhas e restos,
do pão que é dado ao vivente,
com a mão da história envolvente,
seremos condor, colibri,
e, em cada vôo, a verdade que nunca vi.

Somos nossa própria poeira,
em cada passo na estrada,
e nosso inegável destino
de um dia só sermos pegada.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Hm...

Para aqueles criados sobre a ditadura da cruz de ouro, parece estranho ver gente distante comendo rãs, coisa e tal.
Mas compreendem perfeitamente que, para dar uns passos acima e a frente na escadaria de(da) mentira, é necessário engolir alguns sapos.

Ora, por favor!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A última postagem do Abelho me lembrou de uma coisa

"A sua cara é a cara da mentira."

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Não é fácil

Vão! Corram! As chapas aqueceram.
Chegou a hora de fabricar mais um lote.
Mesma postura, mesmo sorriso falso e mesma mentalidade.
Nossa! Mas tem tantos aí fora... Para quê produzir mais?

Por quê você não mostra a sua cara? Esconde-se atrás deste falso deus. Esconde-se atrás dessa cara pintada. Esconde-se...
Ah, esqueci que você gosta de tudo um pouco. Eclético(a).
Gosta de tudo um pouco menos de si mesmo quando a dignidade é falha...
Não importa o quanto você pinte, o quanto preencha com plástico, o quanto encha de bebida, o quanto pose de superior, o quanto esmiuce a sua mesquinhez junto aos seus iguais. Sua cara é FEIA, e assim ela será enquanto você for filho do lote.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A vida é uma cachoeira

Por quê é muito mais fácil convencer alguém a se suicidar do que a viver?

Por quê é muito mais fácil convencer alguém a odiar do que a gostar?

Uma pessoa não tem o direito e nem os meios de mudar outra. Um sistema tem, os meios. O direito ele jamais terá, mas ainda assim ele muda as pessoas e joga umas contra as outras.
O pior de tudo é que elas o farão de bom grado. Normalmente sem perceber.

Ele também pode convencer sobre certo ou errado. E essas pessoas irão tão longe na defesa dessas idéias, que no fim estarão contra elas mesmas.

E no meio disso continuamos sem ter tempo de ver porque estamos aqui, nossos objetivos, propósitos, visões...

Até vermos o sol nascer.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ecos de um tempo distante...

E os ecos são incessantes.
Qualquer ação ou reação sempre refletirá em nós.
O vai e vem cármico está em toda a parte, para o bem ou para o mal, já que isso depende de cada indivíduo. Único ou não.
Mas é nas batidas do coração que a relação com a música fica mais evidente. E a música em seu compasso se identifica com a vida.
A vida humana, e todos nós.
"Achar saber é muito mais fácil que saber não saber"

Autor desconhecido

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Diferentes ou não...

Diferentes ou não, podemos assumir que temos o direito, mesmo de ir até a morte, se assim quisermos. Será o negativo apenas por convenção da maioria, que por algum motivo faz com que a minoria à parte assimile em uma relação de dois lados? bem ou mal? certo errado?
Se sou diferente, isso implicaria necessariamente algo negativo para a maioria, no momento que não me enquadro em um molde aceito por ela. Mas acontece que nem na maioria há consenso, que dirá na minoria...
Então porque existe a maioria e a minoria? O que é essa diferença que não podemos perceber? Ou talvez ela nem existiria...?
Talvez essa sobra seria a própria diferença. Que estaria na maioria e na minoria também, o que por si só acabaria dividindo em maioria e minoria novamente, e novamente e novamente...
A própria diferença seria diferente entre si.
De novo acabaria com o sentido de certo e errado.
Porque então, ainda assim, quando assumimos a realidade, pode vir a imagem negativa à mente?
É a influência do dito molde 'normal', que de fato não existe. O que nos leva ao mistério de toda a questão.

Uma vez ao pé do morro...

Nós vimos.
A energia da música vibrante. Ao pôr do sol do som.
A banda que tocava apenas o que queríamos ouvir.
Parecia uma ilusão, alucinação.

A música que cantava que dez anos se passaram, pode hoje fazer sentido, umas vez que parece que foi há muito tempo atrás. Quando ainda costumávamos nos reunir.
Hoje o costume é a separação, o afastamento. Talvez faça parte, sei lá.
Eu só me pergunto: até quando?

Provavelmente até não nos conhecermos mais se um dia nos reunirmos de novo.
Tristeza.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Passaram(ão)...

Quando a guitarra vibra
De jaqueta preta caminha
O céu é cinza
O tema é misto
Solidão e nostalgia

Bom ou ruim
Não sei qual dos dois
Sabendo que parece sempre haver algo
Algo no ar.

Quando a noite cai
As luzes das casas e prédios
Se fazem notar
Tudo parece ter calor

Vendo de longe, as luzes da cidade
Carros na velocidade
Tudo estampado no tecido de breu.
Uma boa sensação me proporciona.
Apesar de só estar.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Mente

Mente: Defendendo o direito de pensar diferente desde 500.000 a.C..

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ecos

No outro extremo destas cordas presas nos teus braços, pernas, mãos e mente, na verdade, de verdade, havia ninguém. Nenhum deus, nenhum mestre, nada. Talvez, quem sabe, um troço preto maciço, perfeitamente simétrico. Mas isso seria perto do final de um fio muito maior, maior que cada um eu-e-tu.
E tu, que até então era contente pelo pouco peso de não poder pensar, te descobre responsável pelas tuas próprias bobagens, teus próprios dilemas, culpado das tuas próprias culpas e vilão das tuas próprias mentiras. E aí, meu velho, só o que te resta é a tua própria miséria.

-
Eis que um homem se sente só, ao sentir que só o que lhe resta é a si mesmo, e perceber o quanto isto, e também ele próprio, é insignificante, diante da grandiosidade dos vãos negros que preenchem as distâncias entre o brilho pretensioso de cada singela estrela que teima contra o vazio.

E isso é só um eco.
Tudo isso é um eco.

A Mão Invisível

Nem negra, nem azul, quem dera fosse vermelha... não. É invisível.
É a cor que você não vê, mas que ainda assim exerce poder, e ela não tem medo de fazê-lo.
Já dizia o personagem fictício, Fox Mulder: "Um homem sozinho não pode representar o mal. O verdadeiro mal é uma organização de homens."
Será a Mão invisível uma organização? Seria um grupo de homens que gozam de absoluto conforto e nenhum remorso sobre as regras que ditam?
Porque de regras eles entenderiam, uma vez que a Mão dita o que você precisa comer, comprar e vestir. Ela dita a moda. Ela dita o comportamento. Ela dita como vai ficar o mundo da música.

Ok, você me diz. Mas e aqueles que não estão sobre a área de influência?
Acredito que ainda é difícil para a Mão identificar e eliminar esse possível perigo para o controle.

Ou talvez ela simplesmente poderia ignorar. A minoria nunca será a maioria. Assim como 1 nunca será 100. Acaba não sendo mais preocupação para a Mão. Por isso mesmo, ainda temos espaço, embora pequeno, que a própria Mão destina contra sua própria existência.

A diferença é nítida, quando você é capaz de perceber. Assim como a linha fina que separa o entretenimento da guerra, ela pode engrossar e se tornar um abismo. Basta olhar para aquelas pessoas que normalmente te olham com cara de nojo na rua. Porque elas seriam o ápice do desenvolvimento humano, não é mesmo? Gritante, muito gritante.
E ainda a intolerância. O preconceito. Tudo mascarado em nome da mão. Ou melhor, dos agentes da Mão, porque ela nunca age diretamente.

Seria a Mão, uma compilação de interesses escrotos de vários homens em uma ordem caótica?
Poderia ser também. A Mão pode não ser nada, apenas uma inquietação dos poucos que serão ridicularizados ao ousarem ser diferentes.

Independente do que seja a Mão, ela é louvada e saudada cada dia. Em seu nome, muitos já sofreram. Em seu nome, muitos vivem no luxo. Em seu nome, brindes já foram feitos, em cálices com sangue.

Mas eu tenho um recado para a Mão, e felizmente não estou sozinho.
Você, Mão, pode estar a par de tudo. Pode fazer e acontecer. Pode ter milhões ao seu lado.
Mas eu e tantos outros somos capazes de imaginar. Podemos nos esconder tão profundo em nossas mentes que você nunca será capaz de nos encontrar. E neste pequeno espaço, podemos imaginar um mundo onde tudo é possível. Um mundo onde todas as cores aparecem, e nenhuma é invisível.

Um mundo que você diz ser utópico.

Um mundo sem você!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Vá para casa e...

Am Em G D
C G D Dsus4 D Dsus9 D

É tão simples, tão óbvio, mas faz tanto bem...

E por que?

Com a respiração ofegante, e também áspera, áspera por causa da poeira que senta lentamente a meus pés... a poeira resultante das pedras que o sol inteiro me viu quebrar, com toda essa aura de tempo perdido, eu me pergunto: pra que tudo isso?

Torta de limão

Eu sou o vento.
Eu sou uma história.
Uma mentira.
Eu trouxe notícias.
Eu trago saudades.
Trago estragos,
conto novidades.
Eu sou uma lenda,
uma trapaça.
Carrego neblina;
Carrego fumaça.
Arrepiei os teus cabelos,
Te causei pesadelos.
Eu fui culpado,
Malcriado,
Uma criança,
uma esperança
Fui pra longe e então voltei
E em tudo que causei,
se eu fui, então, vilão.
Também fui uma lição,
certo modo uma paixão,
E em tudo que eu vi
Me deixei um pouco a pouco,
aqui e ali.
Sequei o teu suor,
E, não sei por dó,
ou por carinho
Eu limpei o teu caminho,
pela rua toda pó
E soprei no teu ouvido,
que, num passo destemido,
nunca estarás só.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Teríamos todos em liberdade...

Eu não gostaria de falar de escolhas.
Não vem ao caso, ainda mais quando não as temos. Quando tudo parece estar certo ainda existe uma inquietação: e se não fizemos o que achamos certo?
É óbvio que isso é pessoal, mas e se nem para nós mesmos, nossas ações foram feitas de maneira adequada, ou "certa"?

Parece mais simples quando simplesmente não há o que fazer. Mas sempre há.
Tem situações que parecem um palco montado, de um show que você já viu.
Você sabe tudo o que vai acontecer, e as coisas acontecem da maneira que você sabia que iriam. E é um ótimo show mesmo assim, um show que você não quer que termine.

Quando termina, você fica triste. Um outro dia você retorna e acontece a mesma coisa. E você acha bom.

Às vezes dizem que não podemos gostar de certas coisas. Que vamos sofrer, em determinado caminho. Que vamos ficar na solidão.
Uma vez que a liberdade se faz presente na ação, acaba se tornando uma das únicas maneiras de enxergar as coisas como elas realmente são.
E é com emoção e muito agradecimento que eu digo, que eu posso gostar de um prato de comida requentado, que eu posso gostar de arroz e feijão, que eu posso gostar da pessoa que eu quiser gostar, que eu posso gostar de tudo, e enxergar a beleza em tudo.
Que eu posso achar que não estou sendo egoísta fazendo o que considero o bem, para outras pessoas.
Que eu posso achar que o doce só vai ser doce se eu provar o amargo, e que bom! Porque sem o amargo, o doce não existiria.
Eu posso andar a pé e não de carro e achar isso muito bom.

Eu posso.

Se 'posso' teria alguma ligação com 'possuir', poderíamos poder ter tudo isso? Todos poderiam ter tudo?

sábado, 10 de setembro de 2011

Campos

E certamente eu lhe pegaria pela mão... lhe guiaria pelos campos.
E ninguém diria o que é certo ou errado.
E ninguém mais cantaria para nós.
E ninguém nos faria fechar os olhos.
Nunca mais.
E ninguém mais nos veria.
Porque a minha mão estaria sozinha.

Tazo

Eles ficavam felizes quando compravam o salgadinho, porque tinha tazo.
Eu ficava feliz quando tinha tazo, porque sempre me davam o salgadinho.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Confessa...

Tu comeu o feijão só pra ganhar a sobremesa.

Mais uma vez...

E hoje será só mais uma noite, de mais um dia, de mais uma semana, de mais um mês, de mais um ano.
Veremos mais um grupo de pessoas, mais uma vez juntas, mais uma vez rindo, mais uma vez bebendo.
Seremos mais uma vez conhecidos, mais uma vez amigos, mais uma vez amantes.
E assim, mais uma vez tudo vai se repetir, mais uma vez com pessoas novas, mais uma vez sem as pessoas antigas, mais uma vez no futuro.

Mais uma vez ginetes de cavalos de carrossel.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Uma dúvida interessante

Já te certificaste que a pessoa aí do teu lado não é um andróide?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Evoluz

Subi em um telhado, havia algo curioso.
Ora, que estranho. Precisava me encostar naquilo, roçar.
Eu era peludo e tinha uma cauda. Mas isso era normal para alguém que sempre cai em pé, alguém esguio e bastante confiante em si mesmo.
Eu só não sabia que havia alguém com o poder, o controle de tudo, inclusive de minha própria vida.

E esse alguém também era eu. De calça, camiseta, não tão peludo. Também muito normal para alguém munido de vários sentidos, tão complexo quanto o ser peludo. Capaz até de montar uma espingarda, e armá-la com um chumbinho.

Quando mexi na janela do quarto, a outra criatura pareceu ouvir. Eu poderia tê-lo acertado no rabo, na cabeça, nas costas... ou nem acertado, errado o tiro. Mas o que importa é o pensamento, e eu pensei em atirar. Eu estava no poder e tudo era tão simples, bastava um pequeno movimento com o dedo e minha satisfação estaria garantida. Será mesmo?

Mas eu abaixei a espingarda e observei o ser peludo se afastar, até sumir do meu campo de visão. Por um momento eu fui um gato, no outro eu fui um homem. Por alguma razão creio que o que prevaleceu não foi nem homem nem gato.

Foi a renúncia do poder. Ela não é mais tão difícil quanto parece. Será isso a percepção da evolução, da iluminação?

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Teses

É por a mais b
que alguma gente precisa de provas
pra aquilo que toda gente vê.

Os sujeitos da escola
tem folhinhas e fórmulas
e calculam de tudo;
da cor da grama
a redondez da bola.

Eles mostram muitas amostras,
testes técnicos
e teses expostas
provando que o velho canto dos sabiás,
que já deixou de existir,
era coisa deles mesmos
e era bonito de ouvir!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

*-*

Lutamos sempre contra as máquinas e às vezes parece que somos tão frios quanto. Às vezes as pessoas são robôs. Às vezes eu sou um. Porque não queremos e não nos permitimos sentir, simplesmente. Pra não acontecer o pior, ou para não sofrer.
Mas quando algo faz você sentir calor, mesmo de manga curta, num frio extremo, eu acho que vou me permitir sentir o que eu quiser. Porque eu não tenho como fugir.

E nem quero.

É o desejo de unidade. O instinto coletivo.

A mais bela das coisas

Nós dissemos "quem diria?"
Ontem, no outono, um ano atrás.
Um ano atrás tudo nunca mais foi o mesmo pela primeira vez.
A sensação de novidade, de doce que não enjoa, está sempre comigo.
Meu primeiro pensamento diário, meu querer sonhar toda noite; o gostinho de céu me acompanha ao longo dos dias. E lá se foram centenas deles, sem que em nenhum momento sequer eu sentisse a solidão de uma vida sem amor. Uma coisa que eu descobri existir, de verdadinha, na contramão da essência desalmada da massa que nos cerca.
E como me alegra colocar a segunda xícara na mesa!
Nunca antes foi tão bom esperar por algo, por alguém. Nunca foi tão bom derramar uma lágrima, cair da cama, rolar na grama, ficar puto da cara, ficar morrendo de saudade, sentir, lembrar, morrer de rir. Saber daquelas coisas que só a gente sabe, e descobrir as melhores de todas.
Eu descobri a melhor de todas, e a ela eu chamo minha mulher.

Numa das curvas do caminho eu a encontrei, e seu nome era Amor.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Hei, hei

Escada não tem fila, gurizada!
Na verdade, eu postei agora. Mas 41 não era bom o suficiente =D

http://expressarporexpressar.blogspot.com/2011/09/resposta-pra-vida-o-universo-e-tudo.html
A fome grandona a gente sente na cabeça.

Sonhoso

Era bem bonito.

Eu morava dentro de um pudim, e a calda não parava de escorrer pelas janelas, e, dentro de casa também, porque minha casa tinha um furo no meio.
Do outro do lado tinha uma casa de waffles, e lá chovia mel e chocolate.
Pensei em dar uma volta, pra ver onde é que isso ia dar, mas nem precisei dar muitos passos pra ver o que se passava no resto da rua.
A garota que morava no quindim da esquina, já tinha comido toda a sua residência, e chupava os dedos lambuzados. A cena era engraçada demais pra não rir, e eu comecei a gargalhar, algo que não se deve fazer quando o vizinho do brigadeiro do lado está jogando chocolate granulado na sua casa em forma de bolinha. Teria morrido engasgado se não tivesse um riacho de refrigerante atrás de casa.
Voltei pra dar uma última olhada, mas os gritos indicaram que era melhor correr, porque quando a avalanche de sorvete vem descendo da montanha de bolo, o bom é nem olhar pra trás.

Eram quatro da madrugada, e meu estômago roncava pedindo alguma coisa pra comer.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Meu (deus)...

Podemos afirmar todo o esclarecimento de tudo fora da mente humana?
Se sou um ser criado por outro ser mais poderoso, mais grandioso e, sobretudo, inexplicável, como vou ter as respostas?

Reflito sobre a possibilidade de todo o mistério estar dentro de nossa própria cabeça, pois o "tudo" só pode abranger aquilo que eu já pensei, vi ou sei. Ou não.

De novo. A necessidade de ter um chão, ter algo que nos conforte, apenas para dar um sentido ao que não temos como explicar. No cosmos não existe acima ou abaixo, não existe um chão, apenas a suspensão. Não há ninguém por nós, a não ser nós mesmos.

O mistério está na mente, porque fora dela tudo faria sentido. Não existindo uma mente que precisa entender, analisar e explicar, tudo faria sentido por si só. Seríamos o próprio universo tentando se entender, com toda essa grandeza digna de deuses em corpos e existência frágeis de homens? Apenas homens. Não deuses.

E a forma de tudo isso poderia ser um retângulo gigantesco perfeitamente simétrico, liso, e fosco de cor preta.

Saudação

Ultimamente eu convidei muitas pessoas de quem muito gosto para participarem do blog, e a aceitação delas me deixou muito contente. Sejam todos muito bem vindos a toda essa frescuragem de expressar e mimimi.

Mas, claro, eu não poderia deixar de enviar uma saudação especial ao amigo Ramon, que, apesar de não ler blogs, agora é um autor deste hahuuahuahua
Antes de mais nada, é bom lembrar que sempre podemos escolher não escolher nada. E isso também é uma escolha.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vidas

Lembro-me do meu bisavô. Pessoa quieta, que adorava tomar uma cerveja e jogar cartas em companhia de seus descendentes.
Não tinha uma saúde exemplar, mas dotava de alegria. Alegria de viver com sua companheira, que há mais de 60 anos lhe completava, fielmente.

Lembro-me de minha bisavó. Pessoa falastrante e alegre.
Adorava quando recebia uma visita e podia cozinhar algo especial. De fato, sua comida era especial e única, a qual fazia com o carinho e amor que possuía em seu coração.

Sei que ambos, quando queriam falar de mim, em minha presença, usavam da artimanha do alemão, língua a qual não entendo.
Mas eu não ficava irritado, entendia que eram coisas que um garoto não precisava saber.

Um dia meu bisavô partiu. Os mais céticos diriam que foi para de baixo da terra. Os mais espirituais diriam que ele foi para um lugar melhor.
Quais estão certos? Não sei. Sei que ele, assim como sua excelentíssima primeira dama, não voltará mais para me brindar com sua bela vida.

Seu José

Seu José era um cara camarada, respeitado na sociedade.
Todos os dias trabalhava na sua ONG, ajudando a comunidade carente.
E todas as pessoas da comunidade o conheciam, o cumprimentavam com felicidade e o admiravam.

Ele nunca se demonstrava abatido ou cansado e tentava todos os dias mais recursos para a organização que representava.
A boa vontade dos empresários era pouca, mas ele nunca desistia pois tinha um objetivo claro em sua vida e vivia por ele.

E certo dia Seu José teve um ataque cardíaco, que o levou daqui.
O dia ficou escurecido, carregado. A chuva pesada o consumiu.
Todos prestaram as devidas homenagens ao homem que os tanto ajudou.

E pela primeira vez, Seu José, agora falecido, foi o assunto que passou na televisão.
O reporter sugou até a ultima gota de tristeza dos entrevistados, todos comovidos com a perda.
Milhares de pessoas assistiram a reportagem.
Algumas ficaram indiferentes em relação ao acontecido, outras ficaram comovidas.

E no dia após a ida de Seu José, a ONG voltou a busca por recursos. Em uma semana as pessoas que assistiram tv já tinham esquecido o acontecido.

O caminho pode ser o mesmo...

Muito se reclama que é difícil. É difícil seguir o caminho que leva à responsabilidade.
Responsabilidade. Existem tantas. Mas eu não me refiro àquela que devemos ter no trabalho, porque ela é para nós mesmos.
Não me refiro àquela que devemos ter na conduta social. Porque ela também é para nós mesmos.
Não me refiro à da politicagem barata que se iguala à responsabilidade dos times de futebol.

Muito se ouve que as pessoas preferem não se envolver. Preferem não se incomodar.
Eu gostaria que me atirassem a famosa pedra, quem nunca se incomodou na vida. E mesmo assim, insiste em dizer que prefere não se incomodar.

O incômodo está aí. A destruição também.
Também estão aí a esperança, o caminho da pedreira e as pessoas que valem a pena.
Existe uma maneira de chegar na luz. Eu tenho certeza de que é juntos. Somente juntos chegaremos à algum lugar.

"Podemos seguir nosso caminho juntos, se nosso objetivo for o mesmo."

Uma das verdades é que todos se incomodam. Seguindo ou não o caminho difícil.

A resposta pra vida, o Universo e tudo mais

Alguns pensamentos entram na nossa cabeça e caminham com a gente pelo resto da vida.
E é bem bom, né?

Aí o cara faz o seguinte, vai lá e burla o tempo e finge que tudo aconteceu por acaso =D

Sol

Ó... se abriram aqueles raios que a gente pode ver, e como é lindo de se ver.
Eu posso sentir que a tormenta se foi e tudo está melhor, por hoje.
Ó... como tudo ficou mais claro, como tudo é mais bonito, as nuvens carregadas se foram para longe, distantes, distantes de mim, ó... olhem lá pra cima! ó... é a coisa mais linda.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Berramos contra o inaceitável tratamento de criança que nos dão, enquanto esperamos nosso leitinho morno ser servido.
"Produzir saúde não é livrar as pessoas da doença."

Guilherme (o outro) de sobrenome que agora me escapa.

Sabichão

Sabe...Tem gente que age da mesma forma que aqueles caras que andam com som alto nos seus carros turbinados, porém, eles se acham de outra forma, sabichões, os sabedores de tudo, os donos da razão. Eu peço mais humildade, mais simplicidade, pois, diria eu, que nada sei desse mundo incerto.
O fato de eu reconhecer minha própria cretinice, me permite continuar a pratica-la?

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

(ex-)colha.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pensamos grande mas...

Então quando tudo parecia muito grandioso, envolvente e cativante, foi quando se percebe ser um ser incompleto. E na certeza da incompletude e da finitude, assim como na infinidade do universo, nos damos por conta que não somos deuses. Não somos, tampouco, dignos de alguma divinidade, por outro lado também não somos bestas ferozes ou mitológicas.

Apenas homens e mulheres. De carne e osso. Com algum senso de grandiosidade, claro, mas ainda assim apenas homens.
Vemos como é fácil se iludir de pensar que somos partes importantes de tudo o que nos cerca. Não somos nem importantes, e nem grandes, mas uma coisa somos. Somos aquela peça que incomoda ou que alivia, e o resto...

...o resto é só o universo.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Paz

"Searching for me
You look everywhere,
Except beside you.
Searching for you
You look everywhere,
But not inside you."

Deuses do conforto

Foi quando todos engoliram.
uma promessa de melhorias
quase uma utopia

A tecnologia faria
tudo o que antes não acontecia
mas os problemas que viriam
ninguém perceberia

é claro que dividir e conquistar é uma estratégia
mas na estratégia melhor trocam-se as palavras
conquistar para escravizar

E quando eu entro em casa sozinho
percebo que foi a tecnologia,
"ora, que mesquinho!"
mas ela fez com que eu não recebesse mais visitas
fez com que ninguém mais percebesse
o afastamento provocado
caso pensado

no caos da ordem tudo está bem
contanto que se mantenha a energia
porque quando ela se vai
é um momento que eu gosto
o sujeito, da prisão cai
e todos se juntam na cozinha
para conversar como gente normal

percebo como a casa é grande
e o silêncio da noite é constante

ainda quando resolvo
instalar meu programa de comunicação em tempo real
que consiste em abrir a porta de minha casa de novo
e vou à casa de meu amigo, antes virtual
penso que estou sendo inconveniente
pois todos poderiam estar
no conforto da rede

da rede mundial de computadores =/

Na defesa de suas teses morais, os sapos engolem a si mesmos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Fronha.
Trolha.
Bolha.
Folha.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Escolha.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Tu

Já te sentiu uma marionete, com muito mais cordas, vindas de diferentes mãos, do que possibilidades de movimentos?

Prisão

Os grilhões se rompiam.
As grades eram abertas; Os muros, mesmos os mais altos e espessos, ruíam ou eram superados fisicamente, de uma ou outra forma.

Foi preciso achar um método mais eficaz, um investimento com retorno melhor.
Reprimir a capacidade humana de se rebelar, de romper condutas estabelecidas previamente, sempre foi prioridade entre os trabalhos de quem governa.
Mesmo na débil fábula da maçã e dos pecadores, o simples descumprimento de uma definição arbitrária resultou na privação de liberdade. Foram expulsos do paraíso, aqueles dois. E nós continuamos sendo, através de gerações. Principalmente, somos privados do pensamento livre, prisioneiros na nossa própria mente.
Assim como não se pode sair de um corredor sem paredes, não se pode fugir de uma prisão sem estarmos dentro dela.
Somos nossos próprios vigias, e trabalhamos voluntariamente na sustentação de nosso próprio cárcere.
George Orwell, aquele desiludido (um tolo sábio), disse que se deve escolher entre felicidade e liberdade.
Escolhemos, involuntariamente, felicidade. E criamos dramas próprios, simples complicações, para fazer com que ela pareça, ainda mais verdadeiramente, um objetivo a ser conquistado.
Mas não penso ser exatamente assim.
Ela é o circo que nos foi dado para nos poupar a preocupação de pensar pela própria cabeça. Para que o paraíso continue sendo o lado que se quer, não o lado em que se está.

"Macaco fugido da jaula,
primata preso pela mente"
Estado de medo não é quando te assustas com a própria sombra, andando sozinho numa rua mal iluminada.
É quando temes a pessoa portando luz vindo na direção oposta.

(de) Mentirinha

Com a necessidade de se enturmar, de se envolver, surgiu a capacidade de se disfarçar, de se desfazer.
É tipo comprar uma camiseta da banda que nunca ouviu, ir a um lugar que não se gosta, fingir que entendeu aquele quadrado preto que é pra ser um quadro na parede ("ah, significa a incapacidade humana de refletir, muá, muá").
Mas tem coisas sobre as quais a gente não consegue mentir.
Ninguém consegue fingir que gosta de Gentle Giant.

Minha Dama fantasia

Então eu disse: Existe um programa de comunicação em tempo real de fácil instalação. Basta desligar o computador, abrir a porta da frente de sua casa e visitar os amigos mais próximos. Parece pouco e muito, quando temos que fazer esforço para a reunião à moda antiga.
Apesar de tudo, foram esses amigos que possibilitaram um feito impossível.

Nessas reuniões, percebi que tinha um sonho. Ele foi vindo aos poucos, na forma de uma personagem, que às vezes me deixava envergonhado. E só muito tempo depois percebi que você pode ser de verdade.

"I do wanto to tell her. Tell her that I love her."

Os reinos esquecidos ganharam um anjo. O mais belo que já vi.
E por muito tempo fiquei sonhando acordado, com você sentada em um raio de sol. Te vendo pelos cantos dos meus olhos.
Depois de muitas coincidências, que só aumentaram a sensação, você se foi.

"I see you standing by the see, the waves you made will always be. No kiss goodbye before you leave."
"I know you said you do believe, in god we used to disagree, now that is time for you to leave... Aloria... is Love, my friend..."
"You stylish mess of brownish hair, a woman of your kind is rare, your clothing returns to air...
Aloria... is love, my friend."
"And now it's time for you to go, you show me most of what I know. Where would I be without you!? Aloria... is love, my friend... my friend goodbye... so long..."

Então, em um sonho de verdade eu lhe encontrei de novo. A sensação suprema inabalável de desejo e amor, parecia tudo o que eu sempre quis. E lá estava você, próxima de mim novamente.

Vi você no reflexo da lua.
Vi, também, numa silhueta
Parecida com a sua

Vi você na minha mente
em um desejo diferente
Minha dama fantasia...

Tudo o que quero agora é transformar a realidade com o meu pensamento. Não sei como você é, como você se parece. Você veio dos reinos esquecidos. Fique no meu mundo. Eu sei que você está aqui.

Dúvidas, dúvidas, dúvidas...

As respostas mudam, se as perguntas não mudarem?
E as perguntas mudam, se as respostas não brotarem?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

E...

As coisas fazem mais sentido, então, quando percebemos que vivemos não só em nós, mas muito nos outros.
Aqui e ali, lá estamos. Em todo lugar.

EcLéTiCa

Eclética é a vossa mentira que aceita tudo.
Eclética é a sua tristeza por estar em cada escolha.
Eclética é a sua raiva e o seu preconceito.

Você não é assim, só porque algum dia achou bonito alguém falar algo que você achou bonito.
Você diz-que-me-diz-que sobre tudo isso que você diz que é, que no fim você não é.
Mas afinal, você odeia falsidade né? Você odeia mentira, não é?
Por que tudo isso, já que a perfeição estaria em você, não é mesmo?
Você, você, você, ou melhor, o centro do universo.
Seria por isso que você anda na rua olhando todos com cara de nojo?

Porque nojenta é só você.

Penitenciária Feminina

Vocês podem ver as ações deles, vocês podem sentí-los.
Porque continuar ignorando-os?

Uma vez na subida da montanha sagrada alguém pensava estar fazendo correto. Muito tempo depois veio a prova definitiva, uma onda de felicidade inabalável.

O que você ganha? É só o que pergunto.
Trilhando sempre o mesmo caminho, queda após queda, tristeza...
Quando tudo pode ser diferente, e uma vida digna pode acontecer.

Talvez aquele que não mereça, só tenha aquilo que quem acha que ele não mereça, mereça mesmo de fato.

Para mim, sempre bastou a felicidade inabalável ao fim de uma longa jornada difícil. Até mesmo porque não posso voltar as catracas que cruzei voluntariamente. Resta-me entender a escolha, pois ela já havia sido feita muito tempo antes de me dar por conta.

E quanto a vocês, libertem-se.

domingo, 14 de agosto de 2011

Tea For One

Nesse domingo, a sobremesa tinha um sabor amargo, sem graça. O sofá, dessas horas, parecia grande demais, muito pouco confortável.
Essa noite, meu chá será para um. Mas a segunda xícara ficará ali, te esperando comigo, alegremente.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sobre vento e flor (aquela resposta, enfim)

A flor balança com o vento, mas sua raiz tem sempre o mesmo chão. E cada pétala conta uma história diferente sobre o fresco ar que a faz dançar. Confusa sobre tantas verdades diferentes, a raiz se enterra cada vez mais, tentando evitar que perca a única coisa que lhe é certa. Torcendo pra que algum florista desalmado não lhe mostre que existe outro chão.

Wild horses... will ride'em someday

Partir (mudar) é vontade universal da gente que vive.
Surge da incapacidade de nos adaptarmos a qualquer forma de vida (de viver).
Partir, e sempre partir, é a solução. E (mas)... sem mapa, ou seguindo o mapa do tesouro, a gente se perde.

O suco sai da fruta quando a gente espreme ela, né...
Não há paz sem haver solidão.
Acho que sou insubstituível, porque ainda não sei pra que eu sirvo ou qual é a minha função no mundo.

Tra la li, la la (mentes)

Uma pessoa limpa o chão,
Enquanto três pessoas falam
sobre os problemas da nação,
E outras três discursam
Sobre o profundo sim ou não
Enquanto uma outra pensa que
rimar, as vezes, é fácil demais.

Um dia, aí vamos nós (nos vamos nós)

Um dia, nós íamos sentar na praça e tocar violão. Mostrar pras pessoas como é doce o cheiro do incenso. Um dia, nós íamos ter uma fábrica de idéias geniais. Fazer um filme, uma história em quadrinhos. Ter nossas próprias músicas, camisetas que pintamos a mão.
Um dia, nós íamos mudar o mundo de uma esquina a outra, fazer as pessoas pensarem por suas próprias cabeças, desligar a televisão.
Um dia nós sentamos e cantamos e sorrimos. E isso agora é como que estranho, uma história antiga. Agora nosso tempo próprio se resume a pausas e fugas. Então estamos andando cada vez mais rápido, cada vez mais leves. Porque deixamos muito pra trás, abrimos mão de coisas demais.

Os sonhos povoam nossa cabeça no final da noite, de manhã cedo. Na hora em que estamos levantando pra sufoca-los um pouco, nos sufocando pouco a pouco.
Nosso tempo é vendido muito barato.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Um sujeito correto

Leopoldo decidiu, há muito tempo, ser um sujeito íntegro.
Isso sim é algo pra se orgulhar, pensava ele. Muito mais do que mulheres, automóveis, iates ou mansões, dizia.
Transparência era uma palavra constante nos seus expansivos diálogos. Seu ideal.
Com tanta dedicação, esse se tornou um fato aparente, e a transparência dele era notória.
Um dia, Leopoldo foi atropelado por um caminhão e morreu.
O motorista não o tinha visto.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Lutar por uma poltrona mais confortável é mais fácil (e mais praticado) do que lutar por uma vizinhança melhor.

Um sujeito sincero

Osvaldo é um homem sincero. Nunca perdeu tempo com enrolações, com disfarces ou fantasias de si mesmo.
Osvaldo é um homem correto. Nunca foi preconceituoso, injusto, mesquinho ou egoísta.
Não tem ambições pra si próprio, apenas quer um mundo melhor para todos a sua volta.

É destituído de indecisões, é justo e decente.
Nunca criou uma intriga.
Nunca escondeu uma verdade quando questionado.
Nunca teve sua moral corrompida por qualquer influência alheia.

Osvaldo é um homem dedicado e humilde.
Nunca tratou alguém com arrogância, nunca deixou de se esforçar para fazer qualquer coisa positiva que estivesse a seu alcance.

Esse homem, esse bom homem, sempre foi um exemplo de conduta e caráter, desprovido de todas as máscaras, bandagens, pinturas, caricaturas, enfeites, maneiras metódicas, exibicionismo, egocentrismo e hipocrisia que encobre cada um dos seres humanos não tão corretos quanto ele.

Sua desumanidade, no que compete a ausência dos defeitos humanos, se acabou por manifestar fisicamente. Por isso, quem olhar de perto percebe - ele é do tamanho de uma azeitona.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A última bicicleta

Atrás da fábrica grandona, tem um bicicletário grandão.
Hoje, depois de eu ir lá longe, assimilar algumas doses de saber, na hora que tanta gente dorme, o bicicletário estava vaz... não, não estava beeeem vazio. Lá no meio, sob a luz fraca que lumiava por ali, estava parada uma única bicicleta.

Só.

Todas as coisas em volta estavam paradas. Um pouco antes, quando o mundo (assim como as minhas idéias) estava mais claro, um monte de gente passou por ali, deixando e então levando suas bicicletas. Mas teve alguém que não levou. Provavelmente um cara chamado Jorge. Será que ele nunca mais voltou, será que ele esqueceu dela, esqueceu de si, esqueceu por si só?

Só.

Eu não sei porque isso me deixou encucado. Parece uma imagem inesperada, sem importância, tipo aquelas fotos de jornais que a gente nem queria ver.

Sei lá.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Os velhos paisagem

Nas minhas peregrinações na terra de dois sóis (um que brilha só pra mim), me dei conta de um significado para algo bonito que um amigo me escreveu uma vez:
"Percebi que não és apenas um figurante num grande filme, mas sim centenas deles".

É algo que acontece as vezes, a gente passa um tempo olhando pra algum lugar e não percebe logo que tem uma pessoa ali parada. Como se fosse parte da paisagem, uma pessoa de cabelos brancos ali, sentada, te olhando. Olhando pra mais um figurante que passou por ali.

Afinal, a gente é "eu" só uma vez, mas é "ele" ou "ela" muitas e muitas vezes.

Joe Surfboards

- o que diabos...?
Estranho como que para alguns, lugares podem ter algum significado a mais, aquele poder de trazer lembranças, como essa faixada tinha.
Ela era como um monumento, construído em um lugar aleatório (mas nem tanto), em homenagem a algo magnífico, a amizade.
Mas os monumentos são feitos para aguçar a curiosidade dos jovens, para que eles tenham interesse de saber sobre algo que os mais velhos não fazem questão de lembrar. E não precisamos disso, não é mesmo?

Então, tanto faz o sentido que queriam que tivesse, só importa o que passou a significar pra mim, o que passou a significar pra todos nós.

E pra mim, ela trazia lembrança de profetas, que me lembravam de manteiga, malte e cevada, pizza, risos, sorrisos, grama molhada, capacete, garrafas vazias, música, desenhos, poesia, e tantas coisas boas.

Seja lá quem fores, te agradeço por ter pintado lá aquela faixada. Espero que saibas o bem que me fizeste.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

In the middle of my day dream

Noite após noite, verás as mesmas estrelas.
Mas não as mesmas nuvens.

sábado, 30 de julho de 2011

Mr. Perfect Man

O homem perfeito conta histórias da sua juventude, histórias de como ele sempre foi bom em tudo o que fez, de como ele sempre soube o que era o certo. Histórias onde ele sempre foi prudente, de como ele sempre pensou em todas as consequências, de como, desde cedo, ele manteve o controle sobre tudo.
O homem perfeito diz que meu mundinho é pequeno, que tenho a visão bitolada, e que eu tenho de tomar atitudes. Fala sobre como ele sempre foi melhor em todas as coisas que eu faço mal, ou que eu nem faço. Em como ele deixou de seguir seus desejos para ter o que hoje ele tem.
Ele se preocupa em falar sobre o que vai fazer, em contar seus planos, planos esses que eu quase nunca vejo serem concretizados. Ele tenta mostrar que entende dos assuntos ao ensinar quem já sabe, e sabe melhor que ele, as vezes. E quando nota que não está conseguindo nada, se perde, se enrola, manipula o contexto e grita mais alto.
Mas esse mesmo homem perfeito tem medo de perder em qualquer discussão, falha com os argumentos, e quando nota que está perdendo apela para as ameaças. Ele quer se passar por alguém que no fundo ele sabe que não é. Talvez seja só o meio que ele acha correto de tentar dar exemplos, mas eu bem sei que não é. As maioria das pessoas aprende com erros, Sr. Homem-Perfeito. E eu não sou muito diferente. Meu mundo é maior do que tu acha que é, mas a tua visão limitada não te permite ver isso, ou talvez tenhas medo de aceitar.

terça-feira, 26 de julho de 2011

"I've been waiting here for so long"

São como barreiras, e são finas.
A bruxaria que me separa das minhas próprias idéias são como essas nuvens escuras lá longe, que nem sequer se dão ao trabalho de se mexerem um pouco, de mudarem um pouco de aparência. São finas e intocáveis, e não sou eu que decido quando elas vão embora, não sou que decido quando posso ver o sol, quando posso ser iluminado e dizer o que eu tenho pra dizer.

Oh, maldição, existe tanta diferença entre o que eu sou e o que eu poderia ser.
Se um dia, quinze anos atrás, tivessem feito uma cópia minha e a tivessem colocado viver na rua de baixo, será que não seríamos agora completos estranhos um ao outro?

Talvez houvéssemos declarado guerra um ao outro, por não saber lidar com o fato de existir alguém tão semelhante. Alguém que, nesse egocentrismo nosso, possa parecer mais interessante que nós mesmos.

E depois, virar uma flor...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Joe Surfboards

Quem viu a insignificante faixada teve a mesma dúvida que eu:
- o que diabos...?
Mas é assim que é o que é. Algumas coisas vem e vão se fazer sentido, como a chuva rápida num dia de sol, como a juventude escondida atrás de uma ruga.
Eu e você, viemos e nos iremos, com as mesmas dúvidas martelando nossa cabeça a cada dia, antes de dormir, antes de dormir para sempre.
E fará sentido? Claro que não, mas isso não importa.
Ou talvez faça sentido pra alguém que saiba explicar o que viemos fazer aqui. Só que essa explicação pode não fazer sentido para nós, então voltamos ao ponto de aimeudeusnãoseidenada.

Mantenha sua barriga cheia e sua mente vazia.
É mais saudável.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

"Eu tenho algo a dizer. Não consigo me lembrar agora."
"Eu tenho algo a dizer. Não consigo me lembrar agora."
"Eu tenho algo a dizer. Não consigo me lembrar agora."

Na verdade, eu nunca soube o que eu tinha pra dizer. Nunca soube.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Será o verme, verme, apenas por pensar que sempre está entre os vermes?

Empurre os limites

Os que não veem os limites dos arredores, não podem conhecer uma vida sem liberdade. No entanto, aquele que percorre o caminho das catracas, vê muito além dos limites. Sentirá falta da ignorância apenas uma vez na vida, e só.

É quando o tolo pensa que é sábio, e o sábio sempre se sentirá tolo, porém feliz.

To be with you

Um ano se passou. Em cada um dos dias entre aquele e este, minha única certeza cresceu mais e mais.
Aquele doce tão doce não enjoou, ficou é cada vez melhor. E que assim continue: a melhor sensação que eu já provei.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Mother, do you think they'll try to break my balls?

Na verdade, a única escolha que temos que fazer, nessa vida, é o que vamos fingir ser.
Todo o resto já foi decidido, por pessoas que não tinham escolha.

Mais do que isso; nem nossas próprias caretas podemos fazer. Apenas decidir, de vez em quando, vestir a máscara da comédia ou da tragédia.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

There will be an answer

A lembrança é um tipo de sombra.
Sombras de momentos que passamos, luzes do passado.
Em cada mente que estamos, somos nossa diferente forma borrada;
seremos um dia apenas lembrança numa memória a ser apagada.

E se ninguém pode lembrar exatamente de cada gota de água que passou por nós no rio,
ao menos somos capazes de ver as plantas que, graças a cada gota, puderam brotar na sua margem.

O destino de cada passo é se tornar uma pegada.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

That little piece of darkness inside us all

Todos os dias, Evan escondia-se dentro do armário
  quando o sol começava a nascer do lado de fora.
  Lá que costumava passar até o anoitecer, embora
o pó, as baratas e aranhas não o deixassem solitário.
Assim se fazia feliz, como inseto de seu terrário,
  fugindo da luz, vivendo no escuro, hora por hora.

domingo, 19 de junho de 2011

Eis um grave problema...

Pois... a paisagem não posa para a foto.

domingo, 12 de junho de 2011

E nada aconteceu. Assim como o dia nada fez para virar noite.

domingo, 15 de maio de 2011

O homem que pia não chega a ser pássaro, mas o pássaro que pensa já passou a ser homem.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Não reclame do peso que tem a carga que você comprou.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Contro...

As pessoas querem fugir da rotina, mas ficam felizes por poderem cagar todo dia no mesmo horário

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Muito a aprender

Se os gatos fossem como algumas pessoas que conheço, passariam a vida toda tentando se mover mordendo seus próprios pescoços por terem aprendido com seus pais.

domingo, 24 de abril de 2011

And it's hey babe your supper's waiting for you.

Nem todo café tem companhia, nem toda dança tem música.
Algumas músicas são rasas como conversas sobre o tempo. Outras são amplas e profundas, muito maiores que nós, e nos fazem cair por dentro delas.
Muitas pessoas achariam Supper's Ready, do Genesis, um pé no saco. Com razão, talvez. Ela está longe de ser uma música pop, felizmente! É uma herança rara de uma época em que as músicas eram maiores que os músicos. É complexa e demorada, pode soar esquisita, em algumas partes. Profetas e mais profetas, livro sagrado.
Mas... o gosto que tem sentir ela entrando lá dentro da nossa cabeça é incrível. Quando cada acorde soa exatamente como deveria, quando cada verso nos diz o que nosso ouvido queria. Quando cada palavra cantada está enxarcada de sabedoria e poesia.

Quando eu crescer, eu quero ser poeta.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Whispers

Ela abre o livro dos dias e procura por hoje, tem pressa em encontrá-lo. Observa a página em branco, pensa, risca. "Deve haver algo na seguinte", conclui ela. Fecha os olhos, folheia, abre os olhos, nada. Não há nada lá. Risca outra vez, repete o rito consecutivamente. Próxima página, nada, rabisco. Freneticamente, agora, ela passa página por página. O tempo passa, o cansaço aparece, aos poucos vem o sono. Lentamente ela folheia, está chegando ao fim. "Só mais algumas", pensa. Chega, por fim, à última página. Ali, porém, adormece lentamente, fazendo o último risco com o toco do lápis, caindo em seu sono sem volta.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Por todos os doces sabores

Então não fui eu que comi o recheio da minha passatempo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

ELP

Algumas pessoas tem o dom de te fazer pensar. Pra mim, Emerson, Lake & Palmer tem um efeito muito bom. Sugiro tentar.
Espero que, algum dia, eu tenha feito alguém viajar pra dentro da própria cabeça que nem acontece comigo ouvindo esses caras. Vai saber... a sabedoria das nossas palavras é calculada na cabeça de quem as ouve.

terça-feira, 1 de março de 2011

Únicos

Somos, claro que somos. Somos únicos, inéditos.
Cada um de nós tem seu próprio número;
E o código de barras impresso embaixo dos nossos calcanhares nunca foi repetido.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ég elska litla blóm

Acho mais bonitas as pequenas flores do campo, aquelas que, sozinhas, são quase invisíveis aos olhos, mas quando juntas, fazem o chão parecer dourado ou lilás, aquelas que mostram sua beleza juntas, aquelas que não precisam se erguer ao nível dos nossos olhos para capturar a atenção.

Cold is the void

Sempre haverá uma última vez, mesmo que ela tenha sido também a primeira.
E desde o começo sabias que o que lhe foi dado, podia também ser tomado.
Choro, tristeza e desespero nunca fizeram a batida que se foi, voltar.

Assim como um dia o teu estará, está frio o corpo no qual pensas.
Mas os braços que te envolvem e sustentam estão quentes, e é isso que importa agora.
Quando caíram as farsas,
os sons das explosões tinham todos o mesmo final.
Eram cacos de rimas espalhados pelo chão.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Devia usar a imaginação; mas não sabia o que fazer, porque não havia instrução.

Percebe a tranqueira, saber que tem um nó na minha garganta, feito pelas coisas que estão presas lá dentro, presas justamente por ele as estar prendendo?
Talvez o problema seja o fato de terem subornado minha infelicididade, me comprando com alegrias.
Pois a angústia é um tipo de aperto, e o sumo sai no espremer. Quem relaxa se espalha, não se concentra, não segue sua essência na fluência de sentido único.
Marinheiro, pintor, vendedor de salsicha, carpinteiro e músico, astrologista e cozinheiro, halterofilista chacreiro... Vivendo várias vidas diferentes, não vivemos uma por inteiro.
E quem já provou de tudo, não sabe reconhecer o sabor da pureza;

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A culpa não é uma via de mão única.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O vidro quebra por tentar ser duro.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Não importa, é amor...

E se tiver lá longe, lá no céu, não importa se é de algodão doce ou vapor, só importa que é nuvem.
E se tiver aqui perto, aqui no coração, não importa se é de cabelo castanho ou branco, só importa que é amor.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Quem provou de tudo não conhece o sabor da pureza.

sábado, 29 de janeiro de 2011

It is so hard to believe that it's me that I see in the window pane

São cinco horas. Ninguém fala comigo, mas as ruas vazias em que caminho não ficam lá fora, como costumava ser.
Minha cabeça está cheia de coisas, mas lá dentro ninguém fala comigo. Não deixei uma surpresa para mim mesmo.

Infelizmente, a paisagem não nos devolve o olhar que damos pela janela.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Portais

Eu sou o portal.
Sou o portal que separa o elmo da flor.
Sou o portal que separa o lápis do sorriso.

Eu sou o portal.
Sou o portal que revela o outro lado.
Sou o portal que revela o lado outro.

Eu sou o portal.
Sou o portal através do qual o o elmo fica florido.
Sou o portal através do qual o lápis desenha um sorriso.

Eu sou o portal.
Sou o portal que apaga o passado em preto e branco.
Sou o portal que constrói o futuro colorido.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

El ai, né?

  Eles estão por aí. Raros, mas estão por aí.
E eles não conseguem ver a ti, porque te escondes muito bem, e por te enconderes tão bem, nem tu mesma consegue enxergá-los.

  Eles estão por aí. Isso eu te garanto.
E eles são invisíveis aos teus olhos, olhos que talvez busquem por algo específico, algo que pode ser bem diferente do que imaginas.

  Eles estão por aí. E podem estar debaixo do teu nariz.
E eles talvez estejam te procurando, mas se não deixares que te vejam, nunca te encontrarão.