terça-feira, 3 de outubro de 2017

Vésperas

Novamente com a nova velha sensação de não querer fazer parte de nenhum festejo, por não sentir que tenho algo a festejar, vem aquele trecho de ano batido, cansado. Amanhã eu não queria ter que acordar, eu não queria acordar, não queria estar viva e também não queria a vida dos que de mim às vezes dependem. Eu não me importo. Nunca me importei.
Só não queria estar viva amanhã. Não queria ver sangue e não queria sangrar como sempre sangro nessa época. Sangro e nunca morro. Há quem diga que é isso que nos deixa mais fortes, mas só o que sinto é um peso cada vez maior.
Cada vez mais enfado.
Cada vez mais, menos.
Como na noite passada onde sonhei me afogar, sem ar.