Esperando algodão doce, herdamos nuvens cinzas de cigarros-chaminés.
Eu e você fomos entregues na porta de uma casa que não nos pertence, para sermos criados na sombra quente do concreto, no colo frio da mãe-sociedade.
Então fomos ensinados a usar as estradas, e nunca ir aonde elas não permitissem.
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Eu fui um piloto de caça, e na bomba que eu soltei não havia um para-quedas. Explodimos eu e minha cabeça tentando entender um ao outro, entender os que são outros.
Astrounautas que fomos-somos, ficamos atordoados ao aterrisar sem aviso nessa terra estranha. Sem instruções, sem mapa, sem objetivos. Estávamos vivos, e isso era tudo. E agora, perseguimos brilhos ocultos, para voltar a esconde-los depois de encontrados.
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Mas... alguma coisa ficou pra trás. Antigamente, tu sabias exatamente o que fazer.
E eu, que sempre soube o que quis, até conseguir, me perdi numa busca para encontrar a resposta para a dúvida que me assolava: o que estou procurando?
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