terça-feira, 29 de novembro de 2011

Espírito move-se através de tudo

Por que temos a mania de achar que por algum motivo existiria algo preocupado com nossas angústias?
A nossa tarefa é levar a pedra morro acima todos os dias. Não podemos, por enquanto, saber o porque, mas sabemos que tem dias que ela é mais leve e outros que ela é pesada.
Fora isso, a natureza nos contempla, contempla nosso suor, trabalho e só. Nada mais. Nossa angústia, nossa tristeza ou mesmo alegria, não significam nada para a natureza.

Como diria Serj, cada vez que olhamos no espelho vemos duas coisas:
Um, somos espíritos iluminados, parte do espírito que se move por todas as coisas e, dois, somos as criaturas mais burras do planeta. Nós somos os dois. E estamos aqui para destruir. O importante é ver o que vamos fazer com toda essa destruição.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sobre essa naba

Pensei em trocar toda semana a frase qua aparece ali em cima. (Sim, tem uma frase ali em cima, abaixo do nome do blog). Isso, e aceito sugestões :D

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Conta - Conto

http://pingospoeticos.blogspot.com/2011/11/conta-conto.html

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Vendendo o cú por heroína

E eu não sei o que é pior.
A inexistência dos muros somente deixa a prisão muito maior.
Eu queria... deveria... deveríamos. Eu não sei se a ciclicidade é para o bem.
Tudo o que desejo é que o meu karma esteja bom. Mesmo não estando eu sou agradecido por ele.
Agradecido pela vida, por poder criar, por poder respirar, por poder amar. Por querer o bem, sem se preocupar se isso é ou não é um ato de egoísmo.

Já faz algum tempo que não nos falávamos mais. Eu poderia negar até a morte que não estava com saudade, e tudo que estaria negando era nada mais que a verdade.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Percepção II

Minha cara no espelho, endurecida pelo tempo, pelas experiências vividas e pelo curso natural das células do corpo.
10 anos separam o tempo de agora do tempo q eu era mais guri. O próprio tempo separando ele mesmo.
O espelho me diz que sou outro, que mudei. De fato, pode ser que tenha mudado, muita coisa acontece em muito tempo, embora pouco.
Ou foi minha percepção que mudou e continuo sendo exatamente a mesma pessoa?
Nesse caso o espelho se tornaria uma pequena janela, abrindo-se para uma terrível verdade: Eu não existo.

domingo, 13 de novembro de 2011

Esse é o jeito

Assim que tem que ser. Mama me disse que eu não podia brincar com o garoto da porta ao lado.
E eu pensei: foda-se, não é com a porta que me importo, e vou brincar de coisa séria, ali do lado de fora, por fora da minha alma; No lugar onde as cinzas repousam.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Bruxismo psicológico

Esperando algodão doce, herdamos nuvens cinzas de cigarros-chaminés.
Eu e você fomos entregues na porta de uma casa que não nos pertence, para sermos criados na sombra quente do concreto, no colo frio da mãe-sociedade.
Então fomos ensinados a usar as estradas, e nunca ir aonde elas não permitissem.
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Eu fui um piloto de caça, e na bomba que eu soltei não havia um para-quedas. Explodimos eu e minha cabeça tentando entender um ao outro, entender os que são outros.
Astrounautas que fomos-somos, ficamos atordoados ao aterrisar sem aviso nessa terra estranha. Sem instruções, sem mapa, sem objetivos. Estávamos vivos, e isso era tudo. E agora, perseguimos brilhos ocultos, para voltar a esconde-los depois de encontrados.
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Mas... alguma coisa ficou pra trás. Antigamente, tu sabias exatamente o que fazer.
E eu, que sempre soube o que quis, até conseguir, me perdi numa busca para encontrar a resposta para a dúvida que me assolava: o que estou procurando?

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Percepção

Toneladas de conhecimento adquirido, livros e livros e livros escritos, desenvolvimento tecnológico agressivo, bibliotecas imensas erguidas e destituídas. Tudo para uma única certeza: A certeza da dúvida.
A percepção de tempo, a percepção dos sentidos humanos, a percepção de nosso próprio 'eu', virtual ou real, a notoriedade de um constante fluxo.
Parece que o tempo nos muda, nos reconfigura. Ou talvez seria a nossa própria percepção que muda e se reconfigura. Sendo assim, continuaríamos os mesmos de sempre?

Há quem diga que alguns homens entortam colheres com o poder da mente. Mas se pararmos para analisar, e se concentrar fixamente, veremos que quem entorta são os próprios homens diante de uma realidade, talvez distorcida: a colher não existe.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Revolução

- Ah, no fim tudo acaba como naquele livro lá.
- Mas você não acredita?
- No que?
- Que pode ser diferente?
- Não adianta, não há outra maneira.
- Mas um tempo atrás não era desse jeito, alguém teve de pensar nisso primeiro, e acreditar nisso, por isso hoje é assim.
- ...

sábado, 5 de novembro de 2011

Por quê não usas a máscara do V de Vingança?

Você, que estava na fila, você poderia ter dado licença para a moça com os pratos. Você poderia ao menos uma vez na vida deixar de lado essa besteira de achar que é uma princesa e que faz e acontece pq é poderosa e não sei mais o que que suas amigas tentam te mentir que você é...
A moça com os pratos precisou te pedir 3 vezes licença para você poder dar um mínimo de movimento para o lado para ela poder passar.

É engraçado como você fala sobre falsidade e má educação, quando nos gestos simples do dia a dia você é exatamente tudo aquilo que você "jurou odiar". Mas afinal de contas usar um ray ban para esconder os olhos é sempre mais fácil do que mostrar para as pessoas para onde você está olhando ou para onde você está indo. É muito mais fácil fingir que é o que não é, em uma máscara virtual, numa rede de mentiras e frieza maquinal.

Você também poderia ter me cumprimentado. Não é porque eu estou de preto que me falta a coragem para vir para a luz.
Não é porque eu não sou como você, que você precisa me dizer como que eu precise ser, para ser o que você acha certo ser.
Não.
Não.
Não.

Gente estúpida, cara de pau, hipócrita e sem vergonha!

A moça dos pratos precisou te pedir 3 vezes licença.

O moço ou a moça dos disfarçes apenas precisou pedir uma única vez para se disfarçar de palhaça, e você aceitou, mesmo tendo que pagar por isso.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Confusão

De repente, Valdir percebeu: havia algo de estranho. Olhando a si mesmo, em sua casa, notou que a imagem refletida no vidro não o acompanhava fielmente. "Mágica ou maldição", pensou. "Talvez esteja antevendo meu próximo momento". De certa forma, não deixou de achar tal fato fascinante.
Decidiu, então, seguir aquela sua estranha versão, e adaptar-se a ela. Jogou fora uma velha tela e começou um novo auto retrato, a partir do que passou a ser a cada dia. Um amigo, tempos depois, disse que a obra se assemelhava a uma colcha de retalhos.
Essa percepção se tornou confusa, um tanto perturbadora, a medida que cada vez mais a imagem que via era distinta do que esperava. "Mágica e maldição", concluiu. Teria que se esforçar muito para acompanhar a bizarra evolução a que estava fadado; e assim o fez.
Numa quarta feira pela manhã, quando foi comprar uma camisa floreada, para acompanhar sua próxima cara, ficou aturdido no provador de roupas. A imagem que via no espelho fazia exatamente o mesmo que ele. Não uma ameaça do futuro, mas a simples réplica do presente efêmero. Apenas ele, fitando a si mesmo, num ciclo infinito. E, céus, como era feio!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Montanhas sagradas

Você pode sentir sua presença aterradora?
Por algum motivo alguém disse que elas seriam obstáculos...
Impedimentos para guerras não fundamentadas.

Você pode ouvir os gritos silenciosos?
Ecoando na base de seus desfiladeiros.
Muito mais que um templo grandioso.

Você é capaz de escalar?
Diria uma vez o Observador Lunar, em sua limitação.
Para alcançar a lua é necessário subir em algo muito alto.

Percorrendo os caminhos da montanha, tal qual o da própria vida, cada dia empurrando uma nova pedra lomba acima.
E ainda pensamos que somos grandes.
Você pode ver as montanhas sagradas?