quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

E tu, já deixou de lado alguma bobagem hoje?

domingo, 25 de dezembro de 2011

Sentado numa mesa em que só se ouve "empresa" "lucro" "mercado".
Por que diabos isso é tão mais importante?
Cada vez mais pessoas. Cada vez mais sozinho.
A comida desce engasgada, tal qual o pensamento áspero.

O problema do "outro".
O outro, quando é nós mesmos. Qualquer palavra dita será para a ofensa.

E a ofensa será nós mesmos, não mais as palavras. Tudo em nome de uma embalagem bonita, de um doce recheado.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Amanhã

De manhã, tudo vai estar bem;
Quando o estômago parar de girar, quando a vida começar de novo.
Quando as escolhas já tiverem sido feitas e o arrependimento estiver conformado.
Amanhã, as cortinas terão sido abertas, e as falas de que não conseguimos nos lembrar serão ditas. E as coisas que nunca entendemos não serão mais problema, será fácil ignora-las.
Amanhã, quando a esperança brotar e as nossas mentiras fizerem sentido.
Haverá paz por todo o universo.

A quem queremos enganar?

Quem se enganará de pensar que as vozes estão na vazio?
E que encontrará palavras e sentimentos em meio ao frio
do vento, que sopra do outro lado daquela porta.

Quem se deixará enganar pelos rostos de cartazes na rua?
As pegadas pintadas no chão, as cores, e a manequim nua,
que de nariz empinado olha pro céu, de cara torta.

Quem será tolo de pensar que os laços fazem a diferença?
Em embrulhos entregues de má vontade, dados sem presença
de sentimentos, em pacote bonito, que não importa.

E quem é você quando se vê sozinho, sem trilha a seguir?
Numa expressão alegre, mas falsa, tentando apenas omitir
que, por dentro, se sente uma criatura morta.

Sim, ele existe

O que te faz abrir os olhos e continuar a vida do ponto em que parou ontem a noite;
É o que te faz fechar os olhos devagar e de leve, com um sorriso no rosto, enquanto esquece o que está em volta, envolto na sensação quente de pensar em alguém.
Ele existe, quando alguém tem motivos para quebrar pedras ao longo dos dias, para colher um flor de vez em quando.
É o que nos faz querer continuar aqui, continuar depois de tudo; o que ergue a mão que enxuga as lágrimas de quem vive, pois viver machuca. Machuca o joelho, machuca a alma.
E o que cura o citado sofrer é o amor. Ele existe, e aquele que lhe diz inexistente, o faz por não o ter reconhecido.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O que sobrou do céu

Eu gosto quando falta luz.
No escuro temos a certeza de que não precisamos ter vergonha de aparecer na luz.
E o mar de gente segue a onda na maré da incerteza, fazendo da TV um espelho refletindo o que a gente sempre esquece. Que só temos uns aos outros. Que só temos...

Quando falta luz o céu da noite não mais parece escuro, e sim parece cheio de vida, o que de fato é. Mas no auge da tecnologia da energia elétrica fazemos questão de esquecer de tudo, e de quem somos.

Ou no fim o que está esquecido é apenas a nossa percepção, de que na verdade não existimos.

Os mistérios do ser humano e seu auto conhecer

Descobri o quanto sabemos pouco sobre nós mesmos, e que estranha é nossa cabeça, quando, com muita naturalidade - e voluntariamente - coloquei tocar Gentle Giant - Cogs In Cogs aqui no computador.
Depois de alguns instantes eu pensei, "O que houve comigo? D:"

Para ilustrar o que eu estou dizendo, veja.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Três temas traçados

"As garotas vêm e voam,
nas asas de suas vestes.
Se pintam de feias, caricaturas
Carregam espelhos, carmas, pinturas."
--
"Desfizeram a paisagem
De tanta foto do mesmo lugar
E nem a onda é novidade
Pra quem nunca viu o mar"
--
"No mesmo plano, de novo eu sigo
Revi as pegadas: sinais de perigo
Sem pressa, ando e aprendo enfim;
Importa o caminho, não o fim."

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

E as gentes

Primeiro, perceberam como é bom ganhar atenção. Foi fácil descobrir formas de fazê-lo. Uma das mais eficientes era utilizar coloridas máscaras e pinturas, fantasias ou disfarces.
Com o tempo e as supostas evoluções de seus hábitos, ficaram perturbados pela ausência de público na audiência de seu teatro. Todos estavam ocupados encenando suas próprias historinhas; Decidiram, então, pela união de todos embustes em um só, contracenando livremente e sem direção. Muitos papéis se repetiram, e vários não se encaixaram com os textos que eram exaustivamente ensaiados pelas maiorias. Mas o patético espetáculo foi levado adiante, e hoje o chamamos de convívio em sociedade.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

E o teu carro novo????

Chegando em casa, depois daquele banho maravilhoso para tirar o cheiro de escritório, ligo a TV inutilmente para escutar qualquer besteira que possa tentar me convencer que a felicidade pode ser adquirida facilmente em 6 x no cartão de crédito e ainda, sem entrada!!!!! Uauuuu!!! São muitas as condições para vc adquiri-la.... são muitos os produtos que enriquecem sua vida com sorrisos e dias leves!! Não??? Que tal um belo par de sapatos??? Ou quem sabe um lindo colar de pérolas??? Para os que almejam uma felicidade suprema... que tal então um carro novíssimo????
Eu nunca vi alguém ter dores abdominais de tando dar gargalhada ou sentir a sua vida mais completa ao adquirir qualquer uma dessas coisas....

"Afinal, a religião sempre serviu mesmo para isso: poupar o homem do mundo do qual ele tem medo de sair."


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Felicidade e infelicidade são uma coisa só!

Ultimamente a filosofia budista de encarar a vida está fazendo muito sentido para mim:

"Existem ciclos de sucesso, como quando as coisas acontecem e dão certo, e os ciclos de fracasso, quando elas não vão bem e se desintegram. Você tem de permitir que elas terminem, dando espaço para que coisas novas aconteçam ou se transformem.

Se nos apegamos às situações oferecemos uma resistência nesse estágio, significa que estamos nos recusando a acompanhar o fluxo da vida e que vamos sofrer. É necessário que as coisas acabem, para que coisas novas
aconteçam. Um ciclo não pode existir sem o outro.
O ciclo descendente é absolutamente essencial para uma realização espiritual. Você tem de ter falhado gravemente de algum modo, ou passado por alguma perda profunda, ou por algum sofrimento, para ser conduzido à dimensão espiritual. Ou talvez o seu sucesso tenha se tornado vazio e sem sentido e se trasformado em fracasso.
O fracasso está sempre embutido no sucesso, assim como o sucesso está sempre encoberto pelo fracasso. No mundo da forma, todas as pessoas “fracassam” mais cedo ou mais tarde, e toda conquista acaba em derrota. Todas as formas são impermanentes....
Um ciclo pode durar de algumas horas a alguns anos, e dentro dele pode haver ciclos longos ou curtos. Muitas doenças são provocadas pela luta contra os ciclos de baixa energia, que são fundamentais para uma renovação. Enquanto estivermos identificados com a mente, não podemos evitar a compulsão de fazer e a tendência para extrair o nosso valor pessoal de fatores externos, tais como as conquistas que alcançamos.
Isso torna difícil ou impossível para nós aceitarmos os ciclos de baixa e permitirmos que eles aconteçam. Assim, a inteligência do organismo pode assumir o controle, como uma medida autoprotetora, e criar uma doença com
o objetivo de nos forçar a parar, de modo a permitir que uma necessária renovação possa acontecer. Enquanto a mente julgar uma circunstância “boa”, seja um relacionamento, uma propriedade, um papel social, um lugar ou nosso corpo físico, ela se apega e se identifica com ela. Isso faz você se sentir em relação a si mesmo e pode se tornar parte de quem você é ou pensa que é. Mas nada dura muito nessa dimensão, onde as traças e a ferrugem devoram tudo. Tudo acaba ou se transforma: a mesma condição que era boa
no passado, de repente, se torna ruim. A mesma condição que fez você feliz
agora faz você infeliz. A prosperidade de hoje se torna o consumismo vazio
de amanhã. O casamento feliz e a lua-de-mel se transformam no divórcio infeliz ou em uma convivência infeliz. A mente não consegue aceitar quando uma situação à qual ela tenha se apegado muda ou desaparece. Ela vai resistir à mudança. É quase como se um membro estivesse sendo arrancado do seu corpo.
Isso significa que a felicidade e a infelicidade são, na verdade, uma coisa só. Somente a ilusão do tempo as separa.
Não oferecer resistência à vida é estar em estado de graça, de descanso e de luz. Nesse estado, nada depende de as coisas serem boas ou ruins...
Observe as plantas e os animais, aprenda com eles a aceitar aquilo que é e a se entregar ao Agora.
Deixe que eles lhe ensinem o que é Ser.
Deixe que eles lhe ensinem o que é integridade – estar em unidade, ser você mesmo, ser verdadeiro.
Aprenda como viver e como morrer, e como não fazer do viver e do morrer um problema."

Eckhart Tolle

Pretensão



E de novo achamos saber de tudo. "A possibilidade da água em estado líquido" é só o que dizem.
Existe muito mais coisa entre o nada e nós, muito mais do que é possível imaginar.
Mas de novo, achar saber é muito mais fácil do que saber não saber...

Um planeta a 600 anos luz de distância, é tudo o que conseguimos dizer sobre vida fora da Terra? Só porque é parecido com o nosso? Nós somos a única e absoluta possibilidade em um universo inteiro supostamente sem fim? Acho que é muita pretensão...


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

E eis que abrimos mão de coisas sem preço pra ficarmos com coisas sem valor.

Natal

E mais uma vez chega o fim do ano. Chega a época de fingir que vivemos em uma terra que neva, e que existe um homem branco distribuindo presentes e esperança. Um homem gordo. Tão gordo quanto a mentira que representa.
Eu tenho lembranças boas do natal, mas só as tenho porque as famílias costumavam se reunir, mesmo odiando uns aos outros, falando mal pelas costas. Porque eu tinha "amigos", porque ganhava presentes, era tempo de férias da escola e tempo de ganhar e comer chocolates. Hoje eu me pergunto se devo comemorar tal data ou não. Afinal de contas, tudo o que nos ensinavam era para ser honesto, não mentir e não fingir. Tudo o que acontecia nesse tempo de ensino, durante o natal, era o completo oposto.
Porque guardamos uma data que supostamente serviria para preservar os bons costumes, se temos o ano inteiro para fazê-lo, e não fazemos?
No natal também não fazemos. Mas compramos algo que faça o trabalho por nós. Igual um livro de auto ajuda cuja finalidade é pensar por nós.

Podemos fazer coisas boas durante o ano. Não precisamos de uma data inventada para movimentar o comércio.
Acredito que não precisamos fingir que aqui neva, que faz frio em dezembro, para parecer que estamos em um país "desenvolvido" para não perder o "norte" ficar desnorteado... expressões eurocêntricas. "Porque não o sul?" Diria Sérgio Trombetta...

Porque precisamos de uma diretriz que diga: "façam o bem, reúnam suas famílias"?
Enquanto seguirmos isso, estaremos, também, seguindo uma outra diretriz, talvez projetada, que nos diz: "bitolem-se, explorem ou sejam explorados, idolatrem os poderosos".
Mas esta deixamos pro restante do ano...

No natal, acontece algo semelhante com a relação "elite x plebe". Os exploradores vão odiar os menos favorecidos para amenizar os efeitos da culpa, e os explorados vão odiar os exploradores.
No natal, as pessoas vão fingir se dar bem com as outras para amenizar a culpa de um ano inteiro não dando bola pra nada.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Sol

Sol buraco negro, porque não vai e leva embora a chuva?
Eu aqui, perdido e vivo no superdesconhecido... e apenas uma regra: conhece a ti mesmo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Eu não queria ter que usar um tapa-olho

Na era dos especialistas, eu, que queria gostar de tantas coisas, fui obrigado a escolher não ter opção.