terça-feira, 21 de abril de 2015

Puta que pariu, roubaram o aquário!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Bogas Borbulhantes

Eu não sei o que dizer.
Poderia parir uma bola de sebo ou tentar verborragear até achar algo que fizesse sentido em meio ao gorfo, no angu.
Seria uma fraude.
Mais ou menos do que isso, charlato.
É... uma prática que não me atrai, mas que as vezes sou incapaz de evitar, tal qual as reticências que acabo de cometer.
Ara, é o que acontece na vivência de um pangaré deste naipe.
As vezes, o Macaco Astral tem mais é que se calar. Mas não quer, não, não quer.

terça-feira, 7 de abril de 2015

No início era eu, o Dimes e o Pata, ou Pedro, ou Paulo. Paulo Portela. Não tinha um nome específico. Acho que Pata era o mais chamado.
Homem, aqueles eram os tempos! A comida era frequente e o conforto bastante. Bastava.
Perseguíamos aquelas grandes máquinas barulhentas. Dimes dizia que era o início do fim da tranquilidade. Hoje, imagino que ele esteja certo. Mas sei que tranquilidade nunca me encheu a barriga. Conforto também não.
Uma vez pegamos umas fêmeas, que dia de sorte. Uma pra cada um. Tivemos que brigar com o sabujo da rua de baixo porque o Pata era muito possessivo. No fim ele ficou nosso amigo, o Dente Massado, porque faltava dois dentes.
Sobre garotas ele tinha sábios conselhos, até mesmo o Pata começava a ficar esperto. Morrer nas ruas não é coisa que dá certo. Sei porque o Dimes muito se lamentava a morte da sua mãe. Ouvi dizer que todas as costelas foram quebradas.
Hoje eu estou velho e os tempos são outros. Outra rua. O conforto quase basta, e a comida enlatada, arroz, galinha, mandiocada. Claro, sempre sobras. Dos outros habitantes que, numa ação robótica quase, depositavam do outro lado da estrada.
Pata morreu semana passada. Fiquei triste. mas não gritei de noite. O Dimes ainda está por aí, umas duas ruas pro lado, coitado. Já levou até pedrada.
Hoje, há outros no nosso lugar, aprontando. Se aventurando. Até que o corpo diz que chegue.