quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Provocações

Um vestido colado ao corpo, pernas parcialmente expostas, andar provocante.
Um velho com cara de brabo, duas sentenças sólidas, esmurrando o queixo de quem o ouve, provocador.
Escuta uma música que não diz sobre o que fala, mas fala de tudo e não deixa de dizer algo, milhares de coisas por frase. Frase, oração, período. Dias difíceis. Amar e mudar as coisas, provoca sensações inquietantes.
Ouve, lê, enxerga uma novíssima notícia bombástica, injustiça gritante, discórdia incitada, provocação ao seu estado de espírito naturalmente pacífico.
Um poema que não mente, um doce cheiro de comida quente, um olhar saltitante, um grande momento em cada instante: apazigua; paz.
Como as calças que se borram frente ao perigo; como a maquiagem, borrada com o dissipar da mágica; como as árvores, que indistintas vão se transformando, virando borrões, conforme o transporte anda mais e mais rápido; Assim vão se tornando nada mais que manchas borradas os anos que se passam diante de nós, sem que jamais possamos tocá-los, apertar e dizer: que tempo bom, este que estou vivendo.