quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vidas

Lembro-me do meu bisavô. Pessoa quieta, que adorava tomar uma cerveja e jogar cartas em companhia de seus descendentes.
Não tinha uma saúde exemplar, mas dotava de alegria. Alegria de viver com sua companheira, que há mais de 60 anos lhe completava, fielmente.

Lembro-me de minha bisavó. Pessoa falastrante e alegre.
Adorava quando recebia uma visita e podia cozinhar algo especial. De fato, sua comida era especial e única, a qual fazia com o carinho e amor que possuía em seu coração.

Sei que ambos, quando queriam falar de mim, em minha presença, usavam da artimanha do alemão, língua a qual não entendo.
Mas eu não ficava irritado, entendia que eram coisas que um garoto não precisava saber.

Um dia meu bisavô partiu. Os mais céticos diriam que foi para de baixo da terra. Os mais espirituais diriam que ele foi para um lugar melhor.
Quais estão certos? Não sei. Sei que ele, assim como sua excelentíssima primeira dama, não voltará mais para me brindar com sua bela vida.

2 comentários: