quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ecos

No outro extremo destas cordas presas nos teus braços, pernas, mãos e mente, na verdade, de verdade, havia ninguém. Nenhum deus, nenhum mestre, nada. Talvez, quem sabe, um troço preto maciço, perfeitamente simétrico. Mas isso seria perto do final de um fio muito maior, maior que cada um eu-e-tu.
E tu, que até então era contente pelo pouco peso de não poder pensar, te descobre responsável pelas tuas próprias bobagens, teus próprios dilemas, culpado das tuas próprias culpas e vilão das tuas próprias mentiras. E aí, meu velho, só o que te resta é a tua própria miséria.

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Eis que um homem se sente só, ao sentir que só o que lhe resta é a si mesmo, e perceber o quanto isto, e também ele próprio, é insignificante, diante da grandiosidade dos vãos negros que preenchem as distâncias entre o brilho pretensioso de cada singela estrela que teima contra o vazio.

E isso é só um eco.
Tudo isso é um eco.

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