quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vidas

Lembro-me do meu bisavô. Pessoa quieta, que adorava tomar uma cerveja e jogar cartas em companhia de seus descendentes.
Não tinha uma saúde exemplar, mas dotava de alegria. Alegria de viver com sua companheira, que há mais de 60 anos lhe completava, fielmente.

Lembro-me de minha bisavó. Pessoa falastrante e alegre.
Adorava quando recebia uma visita e podia cozinhar algo especial. De fato, sua comida era especial e única, a qual fazia com o carinho e amor que possuía em seu coração.

Sei que ambos, quando queriam falar de mim, em minha presença, usavam da artimanha do alemão, língua a qual não entendo.
Mas eu não ficava irritado, entendia que eram coisas que um garoto não precisava saber.

Um dia meu bisavô partiu. Os mais céticos diriam que foi para de baixo da terra. Os mais espirituais diriam que ele foi para um lugar melhor.
Quais estão certos? Não sei. Sei que ele, assim como sua excelentíssima primeira dama, não voltará mais para me brindar com sua bela vida.

Seu José

Seu José era um cara camarada, respeitado na sociedade.
Todos os dias trabalhava na sua ONG, ajudando a comunidade carente.
E todas as pessoas da comunidade o conheciam, o cumprimentavam com felicidade e o admiravam.

Ele nunca se demonstrava abatido ou cansado e tentava todos os dias mais recursos para a organização que representava.
A boa vontade dos empresários era pouca, mas ele nunca desistia pois tinha um objetivo claro em sua vida e vivia por ele.

E certo dia Seu José teve um ataque cardíaco, que o levou daqui.
O dia ficou escurecido, carregado. A chuva pesada o consumiu.
Todos prestaram as devidas homenagens ao homem que os tanto ajudou.

E pela primeira vez, Seu José, agora falecido, foi o assunto que passou na televisão.
O reporter sugou até a ultima gota de tristeza dos entrevistados, todos comovidos com a perda.
Milhares de pessoas assistiram a reportagem.
Algumas ficaram indiferentes em relação ao acontecido, outras ficaram comovidas.

E no dia após a ida de Seu José, a ONG voltou a busca por recursos. Em uma semana as pessoas que assistiram tv já tinham esquecido o acontecido.

O caminho pode ser o mesmo...

Muito se reclama que é difícil. É difícil seguir o caminho que leva à responsabilidade.
Responsabilidade. Existem tantas. Mas eu não me refiro àquela que devemos ter no trabalho, porque ela é para nós mesmos.
Não me refiro àquela que devemos ter na conduta social. Porque ela também é para nós mesmos.
Não me refiro à da politicagem barata que se iguala à responsabilidade dos times de futebol.

Muito se ouve que as pessoas preferem não se envolver. Preferem não se incomodar.
Eu gostaria que me atirassem a famosa pedra, quem nunca se incomodou na vida. E mesmo assim, insiste em dizer que prefere não se incomodar.

O incômodo está aí. A destruição também.
Também estão aí a esperança, o caminho da pedreira e as pessoas que valem a pena.
Existe uma maneira de chegar na luz. Eu tenho certeza de que é juntos. Somente juntos chegaremos à algum lugar.

"Podemos seguir nosso caminho juntos, se nosso objetivo for o mesmo."

Uma das verdades é que todos se incomodam. Seguindo ou não o caminho difícil.

A resposta pra vida, o Universo e tudo mais

Alguns pensamentos entram na nossa cabeça e caminham com a gente pelo resto da vida.
E é bem bom, né?

Aí o cara faz o seguinte, vai lá e burla o tempo e finge que tudo aconteceu por acaso =D

Sol

Ó... se abriram aqueles raios que a gente pode ver, e como é lindo de se ver.
Eu posso sentir que a tormenta se foi e tudo está melhor, por hoje.
Ó... como tudo ficou mais claro, como tudo é mais bonito, as nuvens carregadas se foram para longe, distantes, distantes de mim, ó... olhem lá pra cima! ó... é a coisa mais linda.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Berramos contra o inaceitável tratamento de criança que nos dão, enquanto esperamos nosso leitinho morno ser servido.
"Produzir saúde não é livrar as pessoas da doença."

Guilherme (o outro) de sobrenome que agora me escapa.

Sabichão

Sabe...Tem gente que age da mesma forma que aqueles caras que andam com som alto nos seus carros turbinados, porém, eles se acham de outra forma, sabichões, os sabedores de tudo, os donos da razão. Eu peço mais humildade, mais simplicidade, pois, diria eu, que nada sei desse mundo incerto.
O fato de eu reconhecer minha própria cretinice, me permite continuar a pratica-la?

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

(ex-)colha.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pensamos grande mas...

Então quando tudo parecia muito grandioso, envolvente e cativante, foi quando se percebe ser um ser incompleto. E na certeza da incompletude e da finitude, assim como na infinidade do universo, nos damos por conta que não somos deuses. Não somos, tampouco, dignos de alguma divinidade, por outro lado também não somos bestas ferozes ou mitológicas.

Apenas homens e mulheres. De carne e osso. Com algum senso de grandiosidade, claro, mas ainda assim apenas homens.
Vemos como é fácil se iludir de pensar que somos partes importantes de tudo o que nos cerca. Não somos nem importantes, e nem grandes, mas uma coisa somos. Somos aquela peça que incomoda ou que alivia, e o resto...

...o resto é só o universo.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Paz

"Searching for me
You look everywhere,
Except beside you.
Searching for you
You look everywhere,
But not inside you."

Deuses do conforto

Foi quando todos engoliram.
uma promessa de melhorias
quase uma utopia

A tecnologia faria
tudo o que antes não acontecia
mas os problemas que viriam
ninguém perceberia

é claro que dividir e conquistar é uma estratégia
mas na estratégia melhor trocam-se as palavras
conquistar para escravizar

E quando eu entro em casa sozinho
percebo que foi a tecnologia,
"ora, que mesquinho!"
mas ela fez com que eu não recebesse mais visitas
fez com que ninguém mais percebesse
o afastamento provocado
caso pensado

no caos da ordem tudo está bem
contanto que se mantenha a energia
porque quando ela se vai
é um momento que eu gosto
o sujeito, da prisão cai
e todos se juntam na cozinha
para conversar como gente normal

percebo como a casa é grande
e o silêncio da noite é constante

ainda quando resolvo
instalar meu programa de comunicação em tempo real
que consiste em abrir a porta de minha casa de novo
e vou à casa de meu amigo, antes virtual
penso que estou sendo inconveniente
pois todos poderiam estar
no conforto da rede

da rede mundial de computadores =/

Na defesa de suas teses morais, os sapos engolem a si mesmos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Fronha.
Trolha.
Bolha.
Folha.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Escolha.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Tu

Já te sentiu uma marionete, com muito mais cordas, vindas de diferentes mãos, do que possibilidades de movimentos?

Prisão

Os grilhões se rompiam.
As grades eram abertas; Os muros, mesmos os mais altos e espessos, ruíam ou eram superados fisicamente, de uma ou outra forma.

Foi preciso achar um método mais eficaz, um investimento com retorno melhor.
Reprimir a capacidade humana de se rebelar, de romper condutas estabelecidas previamente, sempre foi prioridade entre os trabalhos de quem governa.
Mesmo na débil fábula da maçã e dos pecadores, o simples descumprimento de uma definição arbitrária resultou na privação de liberdade. Foram expulsos do paraíso, aqueles dois. E nós continuamos sendo, através de gerações. Principalmente, somos privados do pensamento livre, prisioneiros na nossa própria mente.
Assim como não se pode sair de um corredor sem paredes, não se pode fugir de uma prisão sem estarmos dentro dela.
Somos nossos próprios vigias, e trabalhamos voluntariamente na sustentação de nosso próprio cárcere.
George Orwell, aquele desiludido (um tolo sábio), disse que se deve escolher entre felicidade e liberdade.
Escolhemos, involuntariamente, felicidade. E criamos dramas próprios, simples complicações, para fazer com que ela pareça, ainda mais verdadeiramente, um objetivo a ser conquistado.
Mas não penso ser exatamente assim.
Ela é o circo que nos foi dado para nos poupar a preocupação de pensar pela própria cabeça. Para que o paraíso continue sendo o lado que se quer, não o lado em que se está.

"Macaco fugido da jaula,
primata preso pela mente"
Estado de medo não é quando te assustas com a própria sombra, andando sozinho numa rua mal iluminada.
É quando temes a pessoa portando luz vindo na direção oposta.

(de) Mentirinha

Com a necessidade de se enturmar, de se envolver, surgiu a capacidade de se disfarçar, de se desfazer.
É tipo comprar uma camiseta da banda que nunca ouviu, ir a um lugar que não se gosta, fingir que entendeu aquele quadrado preto que é pra ser um quadro na parede ("ah, significa a incapacidade humana de refletir, muá, muá").
Mas tem coisas sobre as quais a gente não consegue mentir.
Ninguém consegue fingir que gosta de Gentle Giant.

Minha Dama fantasia

Então eu disse: Existe um programa de comunicação em tempo real de fácil instalação. Basta desligar o computador, abrir a porta da frente de sua casa e visitar os amigos mais próximos. Parece pouco e muito, quando temos que fazer esforço para a reunião à moda antiga.
Apesar de tudo, foram esses amigos que possibilitaram um feito impossível.

Nessas reuniões, percebi que tinha um sonho. Ele foi vindo aos poucos, na forma de uma personagem, que às vezes me deixava envergonhado. E só muito tempo depois percebi que você pode ser de verdade.

"I do wanto to tell her. Tell her that I love her."

Os reinos esquecidos ganharam um anjo. O mais belo que já vi.
E por muito tempo fiquei sonhando acordado, com você sentada em um raio de sol. Te vendo pelos cantos dos meus olhos.
Depois de muitas coincidências, que só aumentaram a sensação, você se foi.

"I see you standing by the see, the waves you made will always be. No kiss goodbye before you leave."
"I know you said you do believe, in god we used to disagree, now that is time for you to leave... Aloria... is Love, my friend..."
"You stylish mess of brownish hair, a woman of your kind is rare, your clothing returns to air...
Aloria... is love, my friend."
"And now it's time for you to go, you show me most of what I know. Where would I be without you!? Aloria... is love, my friend... my friend goodbye... so long..."

Então, em um sonho de verdade eu lhe encontrei de novo. A sensação suprema inabalável de desejo e amor, parecia tudo o que eu sempre quis. E lá estava você, próxima de mim novamente.

Vi você no reflexo da lua.
Vi, também, numa silhueta
Parecida com a sua

Vi você na minha mente
em um desejo diferente
Minha dama fantasia...

Tudo o que quero agora é transformar a realidade com o meu pensamento. Não sei como você é, como você se parece. Você veio dos reinos esquecidos. Fique no meu mundo. Eu sei que você está aqui.

Dúvidas, dúvidas, dúvidas...

As respostas mudam, se as perguntas não mudarem?
E as perguntas mudam, se as respostas não brotarem?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

E...

As coisas fazem mais sentido, então, quando percebemos que vivemos não só em nós, mas muito nos outros.
Aqui e ali, lá estamos. Em todo lugar.

EcLéTiCa

Eclética é a vossa mentira que aceita tudo.
Eclética é a sua tristeza por estar em cada escolha.
Eclética é a sua raiva e o seu preconceito.

Você não é assim, só porque algum dia achou bonito alguém falar algo que você achou bonito.
Você diz-que-me-diz-que sobre tudo isso que você diz que é, que no fim você não é.
Mas afinal, você odeia falsidade né? Você odeia mentira, não é?
Por que tudo isso, já que a perfeição estaria em você, não é mesmo?
Você, você, você, ou melhor, o centro do universo.
Seria por isso que você anda na rua olhando todos com cara de nojo?

Porque nojenta é só você.

Penitenciária Feminina

Vocês podem ver as ações deles, vocês podem sentí-los.
Porque continuar ignorando-os?

Uma vez na subida da montanha sagrada alguém pensava estar fazendo correto. Muito tempo depois veio a prova definitiva, uma onda de felicidade inabalável.

O que você ganha? É só o que pergunto.
Trilhando sempre o mesmo caminho, queda após queda, tristeza...
Quando tudo pode ser diferente, e uma vida digna pode acontecer.

Talvez aquele que não mereça, só tenha aquilo que quem acha que ele não mereça, mereça mesmo de fato.

Para mim, sempre bastou a felicidade inabalável ao fim de uma longa jornada difícil. Até mesmo porque não posso voltar as catracas que cruzei voluntariamente. Resta-me entender a escolha, pois ela já havia sido feita muito tempo antes de me dar por conta.

E quanto a vocês, libertem-se.

domingo, 14 de agosto de 2011

Tea For One

Nesse domingo, a sobremesa tinha um sabor amargo, sem graça. O sofá, dessas horas, parecia grande demais, muito pouco confortável.
Essa noite, meu chá será para um. Mas a segunda xícara ficará ali, te esperando comigo, alegremente.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sobre vento e flor (aquela resposta, enfim)

A flor balança com o vento, mas sua raiz tem sempre o mesmo chão. E cada pétala conta uma história diferente sobre o fresco ar que a faz dançar. Confusa sobre tantas verdades diferentes, a raiz se enterra cada vez mais, tentando evitar que perca a única coisa que lhe é certa. Torcendo pra que algum florista desalmado não lhe mostre que existe outro chão.

Wild horses... will ride'em someday

Partir (mudar) é vontade universal da gente que vive.
Surge da incapacidade de nos adaptarmos a qualquer forma de vida (de viver).
Partir, e sempre partir, é a solução. E (mas)... sem mapa, ou seguindo o mapa do tesouro, a gente se perde.

O suco sai da fruta quando a gente espreme ela, né...
Não há paz sem haver solidão.
Acho que sou insubstituível, porque ainda não sei pra que eu sirvo ou qual é a minha função no mundo.

Tra la li, la la (mentes)

Uma pessoa limpa o chão,
Enquanto três pessoas falam
sobre os problemas da nação,
E outras três discursam
Sobre o profundo sim ou não
Enquanto uma outra pensa que
rimar, as vezes, é fácil demais.

Um dia, aí vamos nós (nos vamos nós)

Um dia, nós íamos sentar na praça e tocar violão. Mostrar pras pessoas como é doce o cheiro do incenso. Um dia, nós íamos ter uma fábrica de idéias geniais. Fazer um filme, uma história em quadrinhos. Ter nossas próprias músicas, camisetas que pintamos a mão.
Um dia, nós íamos mudar o mundo de uma esquina a outra, fazer as pessoas pensarem por suas próprias cabeças, desligar a televisão.
Um dia nós sentamos e cantamos e sorrimos. E isso agora é como que estranho, uma história antiga. Agora nosso tempo próprio se resume a pausas e fugas. Então estamos andando cada vez mais rápido, cada vez mais leves. Porque deixamos muito pra trás, abrimos mão de coisas demais.

Os sonhos povoam nossa cabeça no final da noite, de manhã cedo. Na hora em que estamos levantando pra sufoca-los um pouco, nos sufocando pouco a pouco.
Nosso tempo é vendido muito barato.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Um sujeito correto

Leopoldo decidiu, há muito tempo, ser um sujeito íntegro.
Isso sim é algo pra se orgulhar, pensava ele. Muito mais do que mulheres, automóveis, iates ou mansões, dizia.
Transparência era uma palavra constante nos seus expansivos diálogos. Seu ideal.
Com tanta dedicação, esse se tornou um fato aparente, e a transparência dele era notória.
Um dia, Leopoldo foi atropelado por um caminhão e morreu.
O motorista não o tinha visto.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Lutar por uma poltrona mais confortável é mais fácil (e mais praticado) do que lutar por uma vizinhança melhor.

Um sujeito sincero

Osvaldo é um homem sincero. Nunca perdeu tempo com enrolações, com disfarces ou fantasias de si mesmo.
Osvaldo é um homem correto. Nunca foi preconceituoso, injusto, mesquinho ou egoísta.
Não tem ambições pra si próprio, apenas quer um mundo melhor para todos a sua volta.

É destituído de indecisões, é justo e decente.
Nunca criou uma intriga.
Nunca escondeu uma verdade quando questionado.
Nunca teve sua moral corrompida por qualquer influência alheia.

Osvaldo é um homem dedicado e humilde.
Nunca tratou alguém com arrogância, nunca deixou de se esforçar para fazer qualquer coisa positiva que estivesse a seu alcance.

Esse homem, esse bom homem, sempre foi um exemplo de conduta e caráter, desprovido de todas as máscaras, bandagens, pinturas, caricaturas, enfeites, maneiras metódicas, exibicionismo, egocentrismo e hipocrisia que encobre cada um dos seres humanos não tão corretos quanto ele.

Sua desumanidade, no que compete a ausência dos defeitos humanos, se acabou por manifestar fisicamente. Por isso, quem olhar de perto percebe - ele é do tamanho de uma azeitona.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A última bicicleta

Atrás da fábrica grandona, tem um bicicletário grandão.
Hoje, depois de eu ir lá longe, assimilar algumas doses de saber, na hora que tanta gente dorme, o bicicletário estava vaz... não, não estava beeeem vazio. Lá no meio, sob a luz fraca que lumiava por ali, estava parada uma única bicicleta.

Só.

Todas as coisas em volta estavam paradas. Um pouco antes, quando o mundo (assim como as minhas idéias) estava mais claro, um monte de gente passou por ali, deixando e então levando suas bicicletas. Mas teve alguém que não levou. Provavelmente um cara chamado Jorge. Será que ele nunca mais voltou, será que ele esqueceu dela, esqueceu de si, esqueceu por si só?

Só.

Eu não sei porque isso me deixou encucado. Parece uma imagem inesperada, sem importância, tipo aquelas fotos de jornais que a gente nem queria ver.

Sei lá.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Os velhos paisagem

Nas minhas peregrinações na terra de dois sóis (um que brilha só pra mim), me dei conta de um significado para algo bonito que um amigo me escreveu uma vez:
"Percebi que não és apenas um figurante num grande filme, mas sim centenas deles".

É algo que acontece as vezes, a gente passa um tempo olhando pra algum lugar e não percebe logo que tem uma pessoa ali parada. Como se fosse parte da paisagem, uma pessoa de cabelos brancos ali, sentada, te olhando. Olhando pra mais um figurante que passou por ali.

Afinal, a gente é "eu" só uma vez, mas é "ele" ou "ela" muitas e muitas vezes.

Joe Surfboards

- o que diabos...?
Estranho como que para alguns, lugares podem ter algum significado a mais, aquele poder de trazer lembranças, como essa faixada tinha.
Ela era como um monumento, construído em um lugar aleatório (mas nem tanto), em homenagem a algo magnífico, a amizade.
Mas os monumentos são feitos para aguçar a curiosidade dos jovens, para que eles tenham interesse de saber sobre algo que os mais velhos não fazem questão de lembrar. E não precisamos disso, não é mesmo?

Então, tanto faz o sentido que queriam que tivesse, só importa o que passou a significar pra mim, o que passou a significar pra todos nós.

E pra mim, ela trazia lembrança de profetas, que me lembravam de manteiga, malte e cevada, pizza, risos, sorrisos, grama molhada, capacete, garrafas vazias, música, desenhos, poesia, e tantas coisas boas.

Seja lá quem fores, te agradeço por ter pintado lá aquela faixada. Espero que saibas o bem que me fizeste.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

In the middle of my day dream

Noite após noite, verás as mesmas estrelas.
Mas não as mesmas nuvens.