quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Wild Horses

Os cavalos selvagens não vão me levar embora.
Eu gastei minhas forças para domá-los, me dediquei a não deixar qualquer coisa em minha vida fugir ao meu controle. Nunca haveria um ponto fora da linha, não nos meus desenhos.
Enquanto isso, a rotina repetitiva me sufoca; Os meus saltos para fugir das pedras são o momento onde fico mais perto do céu. E pra que céu eu vou, se construí tantos tetos?
Como se fosse ginete de um cavalo de carrossel, meu caminho está traçado, está condenado a repetição.
Ah, mas os cavalos selvagens! Eu vou cavalgá-los, algum dia.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Margem

Marta vivia a beira de um rio, em uma grande fazenda. Um rio belo, com a largura de duas árvores altas.
Ela não vivia sozinha, havia também muitas outras como ela. Porém, em grande parte, eram um bando de desmioladas. Ao contrário delas, Marta tinha muita consciência do que acontecia a sua volta, dos deveres e das responsabilidades de cada uma.
Sabia como as coisas que lhe diziam respeito funcionavam e tinha muita certeza sobre todas elas, sobre como o rio flui para a sua esquerda, como as outras plantas deviam se alimentar, em qual horário se tomava o melhor sol - não que fosse fazer alguma diferença, pois não poderiam se mover para evitá-lo; Era muito firme em suas opiniões e debatia vigorosamente contra quem delas discordasse.
Discutia, principalmente, com as plantas da outra margem, que insistiam em afirmar que o rio corria para a direita. Obviamente, qualquer dos lados jamais cedeu a razão, pois a prova do que diziam estava bem ali, diante de seus olhos.
Ocorre que esta fazenda era possuída por um fazendeiro. E este fazendeiro decidiu fazer um belo banco de madeira, para sentar-se confortavelmente e observar o rio, meditar a beira dele. No lugar que lhe pareceu perfeito, havia apenas uma planta que seria necessário remover. Assim, estaria cercado de belas folhagens floridas, bastando se livrar daquele arbusto resmunguento chamado Marta.
Quando o homem colocou suas mãos nela, Marta achou estranho e logo ficou assutada: o que ele pretendia? Quando ele começou a puxá-la, tirando-a calmamente da terra, ela gritou a ele para que parasse. Seu pedido foi ignorado.
O fazendeiro atravessou o rio com ela nas mãos e a deitou próxima da outra margem - no lugar onde viviam aquelas que por tanto tempo foram suas opositoras. Desesperada, Marta viu o homem cavar um buraco e, esquecendo-se de quem era, achou que aquele lhe seria um túmulo.
Gritou e chorou mas, para sua surpresa, o fazendeiro a colocou de volta na terra, ajeitando suas raízes e lhe dando alguma água logo depois, quando a cobriu novamente com terra.
Um pouco mais calma, olhou para aquele homem sorrindo pra ela, que se voltou e andou na direção de casa.
E, com lágrimas nos olhos, ergueu a cabeça e observou o rio; e ele corria para a sua direita.

Qualquer cor que quiser...

E agora José? E agora email? E agora, sonho? Eu sonho... sonhava... até que um dos maiores sonhadores, acaba de confirmar que não importa o quê, nem todos os sonhos são possíveis. A luta foi grande, no começo era perfeito, era um sonho. Infelizmente existem muito mais "deles" do que "nós". Os que vieram antes "deles" conseguiram pregar de forma definitiva, para que "nós" não consigamos. "Nós", são as pessoas que deveria haver mais, deveria haver muito mais de "nós" do que "deles". Agora um pequeno trecho da democracia prova-se verdadeira. Não importa o que, a opinião da maioria é que vale. E a maioria são "eles".

No entanto, onde não há equilíbrio não há estabilidade e a cor é cinza...
O cinza é passageiro... o que importa agora é ele não se tornar o preto.

Nesse caso a cor que você quer não tem importância...

domingo, 26 de setembro de 2010

E enquanto continuarmos andando, conseguiremos descobrir onde estamos?
Descobrirás, talvez tarde, que tua borracha não serve para apagar o que escreveste nos livros de outrem.
Podes mudá-la de lugar, colocá-la no topo do mais alto monte, ou até levá-la à lua.
Podes enchê-la de adornos, enfeitá-la de todas as formas, ou até mudar o seu formato.
Podes declamar-lhe os mais lindos poemas, cantar-lhe as mais belas canções, ou dar-lhe uma das mais raras e belas flores.
Mas não importa, uma pedra sempre será uma pedra.
E sou um tolo por ter pensado que pudesse ser diferente.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Tempo perdido

Eu, você e os outros. Tivemos a chance, tudo estava ao alcance.
O sacrifício exigia muita é claro. Mas o fim era belo.
Não fizemos nada a respeito, não nos culpo, estávamos confortáveis... os amigos em volta, a comida na mesa, sem passar necessidade.

E agora o tempo passou. Não há mais o que se fazer, veja bem, todos os direitos conquistados com a vida de bravas pessoas estão DESAPARECENDO. Neste sistema de valores inversos a ordem tem os dias contados. O medo e a euforia perpassam à mente daqueles que ousam imaginar o futuro.
O sacrifício é inevitável agora. Espero que ele não seja doloroso.

Não crucifico o karma... sou grato por ele, grato por esse tempo que, para mim foi bom, apesar de tudo. Mas enquanto estávamos bem, outras pessoas passavam necessidade... sérias necessidades. O karma talvez não será piedoso, afinal qual é a nossa responsabilidade? Prestar um horário para o patrão maldito, ou zelar pelas pessoas pelo planeta?
Chegar no horário da labuta mesmo sem gostar, e adiar coisas que faríamos com as pessoas que gostamos?

Essa coisa esquisita que sinto de tempos em tempos... será que todos os seres humanos compartilham mesma sensação? Espero que não. Será esse o sentimento do vazio? do finito?
Espero que seja apenas desequilíbrio provocado por algum outro fator em minha mente, perfeitamente explicável em algum artigo científico.
Espero que não seja um mau presságio...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Quando os sábios terminarem de prever o futuro, ele será presente.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

"A cura para o veneno do "curto-prazismo" na busca do prazer é um prazo mais curto ainda..."

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Se eu deixasse de expressar as novas idéias no lugar das velhas, minha borracha estaria novinha.