quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Um dia, aí vamos nós (nos vamos nós)

Um dia, nós íamos sentar na praça e tocar violão. Mostrar pras pessoas como é doce o cheiro do incenso. Um dia, nós íamos ter uma fábrica de idéias geniais. Fazer um filme, uma história em quadrinhos. Ter nossas próprias músicas, camisetas que pintamos a mão.
Um dia, nós íamos mudar o mundo de uma esquina a outra, fazer as pessoas pensarem por suas próprias cabeças, desligar a televisão.
Um dia nós sentamos e cantamos e sorrimos. E isso agora é como que estranho, uma história antiga. Agora nosso tempo próprio se resume a pausas e fugas. Então estamos andando cada vez mais rápido, cada vez mais leves. Porque deixamos muito pra trás, abrimos mão de coisas demais.

Os sonhos povoam nossa cabeça no final da noite, de manhã cedo. Na hora em que estamos levantando pra sufoca-los um pouco, nos sufocando pouco a pouco.
Nosso tempo é vendido muito barato.

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