terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Baile de máscaras

Fui a um baile
com pessoas mascaradas
Umas eram malvadas
Outras bem camaradas

Então, no meio do baile
caíram as máscaras
todas as pessoas
revelaram as caras

muito queria eu
que as pessoas não fossem enganadas
eu muito menos
pensava que máscaras precisavam existir
até me dar conta
de que as pessoas precisam mentir
tudo o que você vê
é apenas o que elas sabem fingir.

domingo, 25 de janeiro de 2009

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Você vive numa cidade? Então todos os dias vê uma fábrica, não importa de quê. Elas são parte da engrenagem que faz a grande máquina funcionar. Bem ou mal, mas fazem. Elas estão lá, na nossa frente, na frente de quem jamais entrará nelas, na frente de quem dali nunca sairá.
E esses, que estão debaixo das chaminés, trabalhando em produtos a serem consumidos, são produzidos e consumidos pelas fábricas invisíveis, pois estão presos àqueles que os governam. São robôs sem sequer inteligência artificial. Massa de modelar, folhas em branco pintadas com tinta sem cor. Não fazem greve, pois são escravos de senhores fisicamente pacíficos. São agredidos por métodos mais eficazes de violência, nem ao menos sabem disso.
Os seus senhores são grandes magos, assassinos de mãos intocáveis. Matam suas vítimas sem que elas percebam, pois continuam vivendo. Fazem com que essa pareça uma grande dádiva. Os degraus da escada sentem-se felizes por servirem para a subida de alguém mais esperto.
Esses fantoches manipulados por controle remoto, além de escravos são buchas de canhão. Lutam pelo conforto de seus donos. São alimentados de fantasmas falantes e dançarinos mórbidos. São nutridos de falsas esperanças e promessas sem chão. Compram verdades em latas de plástico. E uma fábrica de verdades extrai matéria prima de uma fonte de mentiras.
Vivem em plantações de concreto, intoxicados pelas mentiras e pela frieza de seus colegas de cela. Se alimentam dos frutos de uma plantação de ilusões, o grande circo com bolas e palhaços, assistido por grandes massas à grandes distâncias.
A grande massa é formada por infelizes indivíduos; cada um deles está em seu próprio porão, sem janelas ou portas, com paredes e teto de concreto. A eles será permitido subir no que chamam de vida. Mas, em dado momento, baterão a cabeça no teto, pois só lhes foi permitido alcançar aquele ponto. Alguns têm este limite mais alto, disso criam ilusões de poder e liberdade, de estarem chegando a algum lugar. Mas estão presos, como os outros. Diferente dos poucos que enxergam a luz - a sua própria. Estes podem transcender as barreiras materiais. Estes sabem que a única maneira de chegar do lado de fora é começar por lá. Estes são tachados pelos magos da mão invísivel como indivíduos perigosos, estranhos e marginais. Pois eles sabem do perigo que estes representam. Eles reconhecem o poder da ferramenta capaz de ultrapassar o concreto e levar suas fábricas à falência. Eis a única coisa que os poderosos ladrões de mentes temem, a única coisa capaz de derrotá-los, a expressão pura da luz de cada indivíduo; a arte, a flor que brilha entre os muros de pedra, a luz que penetra as grossas nuvens de tempestade. A voz que mostra aos cegos, a verdade.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Mar de gente

Brindo a casa, brindo a vida, meus amigos, amores e família
todo mundo precisa de uma luz
essa é a luz que eu preciso
mar de gente é onde eu mergulho sem receio
mar de gente é onde eu me sinto puro e inteiro

Navegar é preciso
senão a rotina te cansa
nunca se entregar
nunca perder o juízo

Dê um bom exemplo
uma onda segue a outra
Faça um bom exemplo
assim o mar olha para o mundo
assim o mar segue evoluindo

Adaptação da música: mar de gente - O rappa

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Ensino

Longum iter per precepta, breve et efficax per exempla.
(É longo o caminho das sentenças, mas o dos exemplos é curto e seguro)

domingo, 18 de janeiro de 2009

Pode até ser...

Felicidade parece uma linha constante, para aqueles que observam de longe. Mas ela é formada por incontáveis e indistinguíveis pontos ao longo de si. Cada um desses pontos é a expressão de uma dose de alegria. Felicidade é uma simplificação deste traço, assumindo que ele seja constante, apesar de, entre os pontos luminosos, existirem faixas negras, trechos de escuridão espiritual. Mas são estas partes escuras que ressaltam o brilho dos momentos de alegria. Porque cada queda é nada mais que uma chance de subir novamente.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Felicidade é conquista.
Conquista diaria pra não se deixar abater, e perder a esperança.
Tristeza é facil, tristeza é entrega.
Na felicidade temos que nos manter atentos, ou nos desequilibramos e caimos no desanimo,
e se tu te desequilibra a gravidade faz o resto.
É uma escalada, estamos subindo, é dificil, um movimento em falso e somos jogados de novo ao chão.
Felicidade da trabalho, mas vale a pena. Aos poucos pegamos a prática
e um dia, quem sabe, chegaremos ao topo da montanha, onde não há mais perigo de cair.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Ainda

Entre a poeira e os escombros, ainda restam células vivas. Sob sol quente, ar seco, uma gota de suor umedece o centro das novas expectativas. Restaram algumas sementes, restou algum horizonte. Ainda se pode chegar a algum lugar, pois ainda há como andar. Pois a roda ainda gira.

Tema único

Há tempos que eu não atirava pedras. Aqui debaixo, tudo parece mais suave. As vozes estridentes se calam. 
-- 
Cada pessoa está vesga, por tanto olhar para somente seu nariz. Cada diálogo é uma ampla divulgação de egocentrismo. A primeira pessoa se tornou a única. Ora, por favor... Calem essas bocas!

sábado, 10 de janeiro de 2009

sábado, 3 de janeiro de 2009

Fruto do Concreto

'Eu vejo um velho, dormindo na calçada
numa poça de mijo, com a calça arriada
tomando pinga pela noite inteira
gastou tudo que trazia na carteira
hoje de tarde, esse velho se levanta
com um gosto de vinagre na garganta
ele ergue as calças e sacode o pó,
vai para a praça ver se o povo ainda tem dó
não trabalha porque não sabe mentir
enche a cara por não ter como fugir

debruçado no balcão, toda noite ele se engana
seu foguete é um copo, o combustível é de cana
voa pra bem longe, aterrissa na calçada
volta de viagem com a vista embaraçada,

mas sua liberdade amanhã vai ter um fim
dois homens vão levá-lo, dirão “foi melhor assim
ele não dava lucro, emporcalhava a cidade
não contribuía com a nossa sociedade”.

o velho ganhou corte de cabelo e massagem,
um pedaço de terra e uma última viagem,
agora entre os seus restos enterrados
até os vermes tão ficando embriagados'

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A partida

'Beba um gole desta nave, e não estamos a sós!
Ainda é cedo pra fugirmos, pra dentro de nós!
De mãos dadas, com um sonho em comum,
Partir pro mundo inteiro, de lugar nenhum...

Há quem diga que o sorriso é uma arma,
Que o guitarrista é um agente do karma,
No fim, então, perceberemos,
Uns aos outros é tudo que temos.'

Quando se dança as vozes se calam,
a mente silencia,
os sentimentos se extravasam,
nos conectamos com a nossa essência.

Dançando tudo some, nada mais existe.
Nos sincronizamos com o universo,
com tudo aquilo que simplesmente é.
E todos os tormentos se vão.

Enquanto dançamos
Mente, coração, corpo e alma,
viram um só.
Pessoa, música, e universo
viram um só.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Está dentro de nós [2]

No fundo sabemos exatamente quem somos e do que precisamos,
mas não nos ouvimos, somos teimosos.
Saimos, procuramos as respostas do lado de fora.
Criamos filosofias, sonhos, amores, todos de papel e areia..
Quando o vento bate, e nada resta, pensamos que é o fim.
Tudo silencia.
Então, ao longe, ouvimos a risada do nosso verdadeiro eu, rindo da nossa tolice.
A felicidade sempre esteve em nós.

Está dentro de nós [1]

No fim as pessoas são o que sempre foram.
Quando chega o final as pessoas retornam, e veem quantas besteiras fizeram no caminho,
o quanto se perderam, tudo pra chegar aonde?
No que sempre foram, no que sempre souberam lá no fundo.
Pois a verdade, o caminho, sempre esteve em nós,
infelizmente, não ouvimos e preferimos procurar do lado de fora.
só nos resta rir de nós mesmos.