sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Palavras perdidas

Uma ideia surge e ele começa a rabiscar algo num pedaço de papel qualquer. Palavras soltas, sem nexo, que não dizem nada. Continua a escrevê-las, sem nenhum compromisso ou obrigação de fazer tal coisa.
Após um tempo transcrevendo aquilo que sentia, ou não, leu o que resultara. Aquilo parecia gritar em sua mente, mesmo não tendo se esforçado ou querido dizer alguma coisa. Aquelas letras juntas tinham, sim, muito sentido.
Releu suas próprias sensações uma infinidade de vezes, dobrou o papel, colocou em seu bolso e saiu. Caminhou algumas quadras, viu uma lixeira, pegou a anotação e a colocou fora. “Isso é por demais revelador e não deve ser visto por mais ninguém”, pensou ele.
Continuou a andar e nem olhou para trás. Esqueceu seus pensamentos e não tentou descrevê-los novamente. O papel, onde tudo era revelado, foi destruído ou parou em algum local sem vida, onde ninguém jamais voltará a lê-lo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário