sábado, 4 de agosto de 2012

Ei de ver o doutor

Eu tenho que ir ver o doutor, eu sei que tenho, eu vou vê-lo e espero que ele me considere um caso especial, um lunático de marca maior, espero que o meu caso seja um grave distúrbio que ninguém mais tem, tomara que ele diga "puxa, que coisa" e coce o cavanha, e ache o máximo fumar um charuto e contar sobre o cara biruta que foi e disse umas coisas que ele não tinha ouvido nem visto nem imaginado, talvez lido de canto em algum tomo secreto sacrossanto do conhecimento psicoanalistógico-moderno-às-verda, e que o meu caso seja complicado e meio que insóluvel, porque uma loucura qualquer não me basta, já virou moda e eu queria mesmo é ser diferente, desigual decimal e tudo mais, queria ser coisas que não se é por aí, já que calço o mesmo número que todo mundo, já que gosto da mesma marca de mandolate que todo mundo, então eu queria que pelo menos nisso eu fosse um caso raro, inédito, ou pelo menos underground de uma maneira vistosa, vigorosa, impetuosa e que faça alguém dizer "mas olha só, que figura", então vou ver o doutor e esperar que ele me diga o que fazer pra curar esse troço estranho e esse zumbido no ouvido.

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