quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Seja você

Seja você quem for.
Pode sentir coisa mesma que eu? Pode ser que não.
Mas espero eu que sim.
Espero que possa sentir com toda sua alma, como nos tornamos deuses. Da mesma forma tornamo-nos demônios.
Espero que possa sentir o ruído incessante que, ao invés de incomodar, é calmante. É uma certeza breve que não se dá em palavras e por isso evita o conflito. Não deixa ninguém aflito.
Quero que possa sentir da mesma forma, como é o alívio da leveza, ainda que seja na duração de um estalo.
Que possa sorrir com a malícia alegre que nada tem de maldade ou de alegria, pois não é possível dar cabo da dualidade quando apenas se é.
Que a respiração seja leve. A intenção, iluminada.
Saiba que não bastando saber, o que basta é ter aquela certeza improvável, não argumentável, comumente inalcançável, exceto talvez por um momento brevíssimo, tal qual o instante que uma agulha atravessa uma pétala.
É importante também, que isto não se trata de convencer.
Não é um debate, salvo um debate consigo próprio.
Seja você quem for. Afinal, são tantas as máscaras cabíveis em um universo inteiro, difícil não se enganar e pensar que as máscaras são o que parecem ser, ao invés de serem apenas o que são: o universo e um só.
Seja você.

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