segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Sobre o que nos mantém

Sabemos que para uma árvore quanto mais tempo ela existir, mais firme ela fica presa à terra. E sabemos que existem árvores de mais de 100 anos...
Mas e nós? O que nos mantém?
O que te mantém firme nessa corrida de cavalos invisíveis? Uma corrida que para se movimentar você precisa estar firme no chão como uma árvore enraizada, estável, porém quando isso acontece você não consegue se mover na velocidade que precisa?
Eu também não sei se a frase acima está completamente certa, ou faz completo sentido, se é que você também está perguntando isso agora.
O que mantém, nós, seres pequeníssimos e de tão pouco tempo, tão voláteis ao tempo?

Eu sei que precisamos de muito e de cada vez mais, para acordar no dia-a-dia, para levantar. Às vezes sabendo que é uma guerra perdida, ou sabendo que é uma pequena batalha vencida. Há quem diga que só conhece a paz quem aprende a lutar. Aposto que o mesmo que falou isso não se deparava com uma guerra invisível, que tudo até a paz é de duvidar. Uma vez que você não pode confiar...
Ou então quando lemos uma distopia e não sabemos se ela é real ou não... se a guerra é real ou não. Pensamos saber que a vitória não é possível.

O que te mantém na esperança? Pois, se não é a esperança que te faz abrir um sorriso em um novo dia, ou dar bom dia à cavalos, seja de noite ou de dia, o que mais faria? Gostaria que houvesse alguém que possa me explicar.
Mas quando não há nada a se apegar, somente podemos deixar passar. Ainda há uma esperança, que reside justamente em uma dúvida. A certeza da dúvida de que a realidade nem sempre foi tão cruel. O contrário que nos mostra aproximadamente 2000 anos de história documentada... O mais próximo da verdade que poderemos chegar. Também sem nunca alcançar.

Não tenha tanta certeza. Pois foi ela que negou a infinidade do universo. Foi ela que entregou pessoas ao fogo... E também foi ela que entregou o Nobel da Paz à um homem que falava da guerra...
É ela que faz o ministério da saúde só falar de doença, e o "ministério da verdade" só falar de mentiras.
É ela que nos joga colina abaixo, no caminho tortuoso da pedra que devemos empurrar, do dia-a-dia sem temor... que cega nossos olhos quando estamos perto do amor.
É ela que te joga contra mim, e eu contra você.

Vamos juntos duvidar de um mundo com toda sorte de barreiras e cercas, para que se abra a possibilidade inquestionável de um outro onde possamos fincar nossas raízes e fazer parte do todo.

3 comentários:

  1. Eu diria que um homem vive sua vida em guerra.
    E diria que não há paz sem haver solidão.
    Muito me volvem a mente estas ideias, o teu texto me trouxe isto a tona novamente.
    Indaontem falava com Véness sobre a temerária promessa de recompensa no além-vida que faz tantos e tantas viverem sem se preocupar com os mais fundamentais mistérios que nos cercam...
    E...
    Quanto mais eu penso, tento entender, menos sentido faz.
    Como diabos, COMO, COMO é possível eu estar aqui, neste exato ponto desta linha de raciocínio? Eu, que sequer sei, assim como ninguém sabe, onde começa esta linha, esta consciência, essa fraude que é essa voz falando aqui dentro da cabeça...
    Ah, nem sei mais o que eu ia dizer aqui.

    ResponderExcluir
  2. Quanto mais eu penso, tento entender, menos sentido faz. [2]

    Mas isso também me lembra O Dia do Curinga. Quando somos crianças ficamos maravilhados com tudo, cada dia é uma descoberta e uma contemplação a existência. O problema é que com o passar do tempo o cara percebe o que existe em volta, a armadilha que o ser humano criou para si, e fica cada dia mais difícil voltar para estes pensamentos.

    ResponderExcluir
  3. Se lembrou a vocês coisas ou trouxe ideias à mente já fico feliz =D hehehe independente de chegarmos à um sentido ou não...

    ResponderExcluir