domingo, 23 de setembro de 2012

Das perguntas sem resposta

Fugiam buscando a imensidão celeste
De longe, apenas pontos negros ao esbranquiçado céu do crepúsculo
Procurando abrigo e respostas, arriscando-se no vasto desconhecido que se estendia para além da pequena portinhola, agora aberta
As escuras cores do mundo estendiam-se abaixo de suas asas, limitadas pela fina linha do horizonte, evitando a criação dos gradientes na mistura dos tons
A si chamava Livres
Seus olhos castanhos traziam consigo contos ocultos, sugeriam incertas possibilidades
Mas a fala lhes era vaga, mantendo histórias em segredo, preservando dúvidas
E na visão dos que pouco sabem, não passam de pontos lá em cima, migrando para lugares mais quentes em resposta aos instintos naturais
A mim, porém, estas solitárias incógnitas parecem ser bem mais
Criado nas dúvidas, alimentado com possibilidades, amante dos sonhos, vejo as coisas como poucos
A nós chamo Únicos
Há horas o sol se foi, e olhando para o céu, aguardo pelo brilho de seus olhos
Enquanto teimo em obter respostas que podem guiar-me também ao horizonte, mesmo que me sejam lançadas apenas mais perguntas
E aguardo, dia após dia, poção após poção, para que talvez os frascos verdes vazios tragam algum sentido na misteriosa dança do curinga

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