Eu tinha um guarda-chuva, e com ele me protegia da chuva que atacava minha cabeça.
Por muito tempo, meus cabelos se mantiveram tão secos como minhas idéias e a minha garganta.
Eu tinha um guarda chuva e um par de galochas, e assim eu me sentia protegido da infindável torrente que atacava a vizinhança.
Imóvel, na minha suposta segurança, fui me afogando sem perceber, naquilo que via me ameaçar esse tempo todo.
Quando me dei conta, a água batia no pescoço. E nada mais importava.
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