quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Na lua

Acordei na mesma madrugada.
Não estava quente nem frio. Olhei pros meus pés e a coberta estava jogada no chão.
Eu nunca me mexo muito dormindo. Simplesmente não tava conseguindo esquecer.
Deixa isso pra lá, Júlia.
Disse a voz que fala com a minha cabeça, em um diálogo completamente esquisito, duas entidades que se comportam como uma.
Não consigo. Foi o que pensei, impotente.
Parece que o universo está me pregando peças a semana inteira. Ou talvez isso seja a paga, afinal eu erro também. Mesmo com meu ego e essa voz esquisita me dizendo o contrário. Não posso me dar ao luxo de ser cega a esse ponto.
Vou tentar lembrar de como era quando eu estava com aquele cara da tatuagem ridícula, que me fez ir embora sem olhar para trás. Como eu era quando não estava desejando nada.
Uma atitude covarde de auto-defesa. Posição fetal na cama também não ajuda muito.
Estava pensando em descer pra fumar um pouco quando ouvi um barulho de tiro mais ou menos longe indicando o quão ruim era essa ideia.
Vontade de estar deitada naquele lugar legal de São Chico, mas não posso me enganar.
Quando estou lá quero estar aqui de volta.

Vou tentar voltar a dormir e tentar sonhar com algum dia que eu descubra a origem dos enganos todos.

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