sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Amigo da Lua

Como poderia dar certo? Um amor à distância, tudo bem, até funciona. Amor é projeção. É esperar, mas não como apenas uma esperança. Ao contrário da criança, no amor podem coexistir felicidade e esperança. Pode haver ilusões que não deixam de ser reais. É possível ver-se de longe, sentir-se mais perto. Esperar a aproximação. Há. Como um cometa, nos casos onde é raro. Ou, pelo contrário, como o muro destrutivo no caso de uma curva num circuito de fórmula hum.
Hmmm.
Curvas.
Como não amar aquelas curvas?
Mas uma amizade à distância seria difícil. Porque perde-se o hábito. Como desafina a corda do violão que há muito virou peça de decoração. Não daria certo; mas dá. Como explicar a amizade entre um homem e a lua? Mais difícil do que falar sobre um mago que ama o mar.
Talvez seja uma forma de se projetar que há no homem, talvez. Este ser cria e executa projetos.
Ou esse lance de esperança e esperar. Se não posso agora estar lá, um dia estarei.
No lado escuro da lua vivem os silêncios que preenchem os espaços entre os sons que nos tocam e nos momentos escuros esperamos um novo dia nascer. Cada corpo nasce uma vez, mas a humanidade renasce em cada uma delas.
E um dia alcançaremos a lua.

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