terça-feira, 25 de outubro de 2016

Ab Aeterno Sum

Já eram sabidas as palavras. Era uma bela frase. Bela, como só mesmo as palavras poderiam ser. Essa linguagem que não aquieta.
Não basta saber.
Mas o discurso nunca deu conta da realidade, nem o discurso e nem os números. Se buscava aos trancos, às cotoveladas até. Há cabo para se dar. Muitos cabos para muitas coisas. Freios de mão para puxar.
Porque a angústia bate e volta. E é nessa distração que não se percebe a ilusão, do grande mago universal, visto apenas através de um espelho. E que trama!
Há sempre um plano de fuga, mas no fundo se sabe que não se foge de si mesmo. Que há uma falha no plano.
Então se retorna. Onde tudo começou?
O primeiro pensamento. A primeira inquietação da mente.
A mesma que faz parecer que todos os dias são iguais. Que esconde o senhor do ego do testemunho da natureza da terra. Seu maior temor.
E a lama vem cobrindo o rio de águas cristalinas que corre através de nós e além.
Lute, mas de brincadeirinha.
Como uma criança num enorme chão de brincar. Mundos imaginários.
Não há solidez nos inimigos criados por nós mesmos.
A flecha voa e a pétala cai.
O fogo consome para depois se apagar.
O escudo da ignorância se argue ao alto.
Por isso toda vida que começa tem que acabar.

A lâmina da lucidez nos escapa à mão.
Falha de comunicação.

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