quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Ácido

Não sei por que vem. É como o medo irracional, é como uma palavra de outros tempos que causa uma sensação estranha. Não sei. Me pego pensando, quando estou fumando, um, dois, às vezes três, que normalmente paro e penso quando fumo. É como a barrinha da bateria do meu smartphone, essa palavra estrangeira pra fazer referência à um aparelho que também me escraviza. Penso o que seria necessário fazer para não ser mais testemunha dessa tecnologia que nos humilha.
Não falo só de componentes eletrônicos. Tecnologia é mais abrangente que isso. O que é afinal?
Poderia fazer como muitos por aí e tomar de assalto uma verdade pronta: O que vale é o que eu digo.
Tenho a impressão de que não faço isso. Mas isso é tudo, uma impressão. No fim devo ser só mais uma hipócrita, que acha que fala o que pensa mas não faz o que fala.
Ter e não ter. E quem negará que são sobre isso todas as brigas?
Às vezes me sinto como o Rogério. Não que eu ache que sou depressiva. Mas vem aí mais um de meus dias. É como um peso recorrente, não sei daonde vem, não sei praonde vai. Às vezes vem e não fica. Não se cria. Um arauto do desespero falido.
Prefiro pensar que é somente o contrabalanço dos momentos alegres e meus poucos sorrisos sinceros. Felizmente não tão numeroso quanto.

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