Na mesma chuva que despertava um
pássaro, um desenho se apagava na calçada. O pássaro decidiu subir
na vida; o homem buscava reconhecimento.
Sujeito oculto, pretérito
mais-que-imperfeito, futuro insensato; suspeito de um crime
imprevisto, foi reconhecido por um auto-retrato falado feito às
cegas; não, não voltaríeis para o inferno. Cada lugar tem seu
tempo, e sem o espaço o tempo não exisitiria. Encaro a tela em
branco como quem encara a navalha do barbeiro.
Arrastam-no solito ao
xilindró, que cúmplices não havia. Culpado de não saber é
condenado sozinho. E, não sabendo, apenas invento, imagino, seguindo
adiante depois da vírgula, parando um pouco antes do ponto.
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