Era uma noite espelhada; as pedras das
ruas e as calçadas refletiam a chuva que caía e não passava. Atrás
de uma porta, ouvia-se gritos alegres e protestos inúteis.
Debaixo da ponte que levava à cidade alta, um guerreiro pede ao seu escudeiro que lhe traga sua espada larga e sua cruz de ouro. Numa batalha que deve ser decidida na força, poderá encontrar reforço na fé.
Um sinal e um amuleto o acompanham até a saída da cidade.
Longe dali, no terceiro andar de uma torre sem fim, um mago prepara um feitiço. Que caiam os cavaleiros; queimaremos as pontes. Sobre a estante cheia de poeira e tomos, um corvo observa com cara de corvo. O feitiço não tarda. O mago não se atrasa.
No segundo andar da torre vizinha, um escriba comete uma profecia e tenta esquecê-la: é tarde demais.
Amanhece na taverna. A umidade seca e as paredes se negam a cair por mais um dia; bebedeiras viram ressacas e os estupros resultarão em bastardos - ou não.
Num campo cinzento, a espada desce num golpe, a cruz de ouro cai; romperam-se a corrente, os vasos sanguíneos do guerreiro e a fé que ele ousava carregar em mais uma derrota.
O mago abre a porta e desce as escadas. Não usa amuletos. O corvo o acompanha num bater de asas vagaroso.
O escriba perece em meio às chamas em que tentou desfazer a profecia - que sobrevive: era tarde demais.
O mago chega ao pé da torre, caminha até a ponte que leva à cidade baixa. Apoia no chão o seu cajado e lança dali um feitiço que consome toda a terra que se estende até o horizonte. Sem esperar seu efeito, retorna até sua torre, tranca-se no terceiro andar, onde preparará um feitiço.
O dia desemboca numa noite chuvosa. Na taverna, mulheres fogem de homens que chovem da chuva, protestando em vão: é cedo demais. Uma batalha será perdida; nesta guerra que nunca acaba, jamais conheceremos o vencedor.
Debaixo da ponte que levava à cidade alta, um guerreiro pede ao seu escudeiro que lhe traga sua espada larga e sua cruz de ouro. Numa batalha que deve ser decidida na força, poderá encontrar reforço na fé.
Um sinal e um amuleto o acompanham até a saída da cidade.
Longe dali, no terceiro andar de uma torre sem fim, um mago prepara um feitiço. Que caiam os cavaleiros; queimaremos as pontes. Sobre a estante cheia de poeira e tomos, um corvo observa com cara de corvo. O feitiço não tarda. O mago não se atrasa.
No segundo andar da torre vizinha, um escriba comete uma profecia e tenta esquecê-la: é tarde demais.
Amanhece na taverna. A umidade seca e as paredes se negam a cair por mais um dia; bebedeiras viram ressacas e os estupros resultarão em bastardos - ou não.
Num campo cinzento, a espada desce num golpe, a cruz de ouro cai; romperam-se a corrente, os vasos sanguíneos do guerreiro e a fé que ele ousava carregar em mais uma derrota.
O mago abre a porta e desce as escadas. Não usa amuletos. O corvo o acompanha num bater de asas vagaroso.
O escriba perece em meio às chamas em que tentou desfazer a profecia - que sobrevive: era tarde demais.
O mago chega ao pé da torre, caminha até a ponte que leva à cidade baixa. Apoia no chão o seu cajado e lança dali um feitiço que consome toda a terra que se estende até o horizonte. Sem esperar seu efeito, retorna até sua torre, tranca-se no terceiro andar, onde preparará um feitiço.
O dia desemboca numa noite chuvosa. Na taverna, mulheres fogem de homens que chovem da chuva, protestando em vão: é cedo demais. Uma batalha será perdida; nesta guerra que nunca acaba, jamais conheceremos o vencedor.
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