quarta-feira, 8 de julho de 2015

É preciso partir, é preciso chegar

Tropecei porque corria.
Não parei para pensar: havia muito o que fazer.
Passei correndo, pés mal tocando o chão, empurrado ou puxado, havia pressa, algum lugar para chegar, pouco tempo a perder.
Freio.
Conhece DKV?
Ter pressa é, hm, é ruim, e não é bom.
É possível ser inteligente e ser burro ao mesmo tempo, conheço alguém assim, alguém além de mim.
Mas isso não importa.
Alguém me apressa, há tempos estou atrasado.
Batem na porta, ninguém se importa.
Quem não tem pressa não me interessa.
A mim sim.
Quando era pequeno, meus joelhos viviam despedaçados. Havia tempo para sarar, tempo para crescer.
Minhas costas doem, é preciso chegar, produzir, resultar, é preciso partir.
Por que a pressa, afinal, não sei, não me deram tempo de pensar na resposta, era preciso perguntar, cobrar, calamitar.
A previsão do telejornal era de tempos difíceis.
Não sei, há tempos que não me entristeço, o que não é ruim; mas parece que falta alguma orientação, de que lado fica o lado de baixo?
É difícil se orientar, pés no ar, sendo empurrado por um vento mecânico, giram as hélices, dão voltas os ponteiros, é preciso chegar, é preciso bater, vôo pela janela, no vôo não tem assento, mas no trem tem, ele precisa partir, mas não passa por aqui, ele e tudo isso, nada passa de ilusão.

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