terça-feira, 14 de julho de 2015

Liturgia

"Dizem que"; não ouço, teimoso.
Ansioso, rançoso.
Falar de si: ciclo vicioso.
Gira em torno de um umbigo qualquer, roda o copo de conhaque, anda em círculos, indo de não saber a nem desconfiar.
Que deus que te abençoa? Aliás, como ele não o faria, ou tu inventaria para teu proveito alguém que te despreza? Não duvido, que tem gente que gosta, gosta de espalhar sofrimento.
Não que alguma melancolia permeando as tardes que não passam deixe de ter seu lado bom: proveito, algum prazer, inspiração. Mas ora, catequista, um ranço escorre no canto da boca motivado por essa palavra, esse ato desrespeitoso de doutrinar, ptuí!, espalhar a culpa entre os inocentes, ah para isso não há perdão, muito menos desse perdão vendido que tu ensina mas não aprende, isso não; romaria, cruzar em eterna angústia o vale de lágrimas, não, para quê? Ensinar a se ajoelhar, baixar a cabeça, não sou digno de que entreis em minha morada, mas quem te convidou?
Queimadores de bruxas; mas e que feitiço é pior do que adquirir o poder sobre milhões de mentes antes mesmo de estas virem à luz, essa luz que dizem ser deles, de um velho fodão que manda e desmanda, que anda e caga, que os deixa desabrigados, se aquecendo pelas orações que morrem no silêncio que sempre vem das bocas que morrem caladas, sozinhas, esperando a salvação prometida em mentira pelos mesmos que criaram a necessidade dela, pois, ora, eu não tive culpa, nem vou ter por vocês, velhos de saia, velhas de véu, contem outra que essa não pegou.

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