terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Cael

A beira do penhasco, ele agora se encontrava cercado, sem outra opção, exceto a imensidão do paredão rochoso que se estendia verticalmente à sua frente e, dezenas de metros abaixo, o chão. Fitou por um breve momento o horizonte, lembrou-se do motivo que o trouxera até ali e sorriu. Com mais um rápido olhar por cima do ombro esquerdo, observou parte das pessoas que ali o cercavam e, ainda com aquele mesmo sorriso estampado em seu rosto, impulsionou-se para frente, deixando para trás faces perplexas, que provavelmente nunca poderiam entender o motivo pelo qual ele saltara.
Caía, porém não sentia medo, sentia apenas felicidade, sabia que aquele não era o seu fim, sabia que nada poderia levá-lo daquele lugar antes que encontrasse o que buscava. Apreciou cada instante da queda, do vento, do sol, recordando muito do que havia passado até chegar ali, aguardando ansiosamente que o seu objetivo estivesse logo em frente.
As rochas lá em baixo se aproximavam, fechou os olhos.

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