segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

M.I.F.O.

Cinquenta. Um. Um e cinquenta. Dois.
E se acabaram as moedas, simples assim.
O aperto de um botão, uma máquina zunindo. Da repetição ao vício. Lá e de volta outra vez.
Mesmo papo furado, mesmas pessoas, diferentes semblantes.
Talvez eu devesse comprar um par de peitos. O sorriso eu já tenho. Talvez a bunda também.
É, acho que só faltaria o par de peitos. E a pele bronzeada. Passar um tempo dentro de uma outra máquina pra sair com a aparência de ter pego sol. Que é tipo fabricar em laboratório uma carne para honrar as tradições sem porquê, sem saber. Haha. É. Mais uma risada falsa seu idiota. De toda forma não passo de uma piada ruim, sei disso.
Como se eu já não pegasse sol o suficiente. Sol que me torra. Certamente gostaria de parecer mais bonita, talvez não por vontade própria. Só não quero pegar câncer, então continuo meio branca.
Ir tomar um 'chima na redença', encontrar todo tipo de gente, todo o tipo de igualdade. Parece que são todos iguais. É tudo muito 'zueiro'.
Deixemos a seriedade para depois. Depois quando?
No velório talvez. Ou quando for da própria conveniência.
No hospital se pensa que normalmente é tudo muito sério. Ai de quem falar o contrário.
Mal sabem.
Esperar a sexta-feira pra repetir o bordão já batido. E continuar fingindo que tá tudo bem.
A seriedade da realidade é demais. É muito. É preciso adquirir muita coisa pra poder tapar a visão direta, nojenta.
Mas eu sei. Eu sei que isso tudo é pra bonito.
Te daria um abraço movido por compaixão se eu não estivesse puta da cara.
De qualquer forma um abraço não te ajudaria em nada, já que tu tem que ver por si só.
Sozinho. Nu.
Não. Eu não sei como resolver.
Só tento fugir e não consigo.

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