terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Debaixo do sol IV

Realmente quando há a moda o indivíduo some. Porque parece que todo mundo é igual dentro de uma mesma onda de um mesmo mar de gente. A coletividade nos empurra a fazer coisas estúpidas, tipo ser igual para ser feliz. Não me diga que não é assim. Por favor.
Nunca havia entendido o abrigo artificial da felicidade por trás das fotos de sorrisos e aparência de bem-viver permanente. Mas posso entender quando bebo um café com açúcar ou quando fumo um cigarro em um dia cinzento prestes a chover.
Bato de frente, certamente, e me debato em vão desespero. Pois o que vejo nada mais é do que a mim mesma em outras faces.

Como pessoa, ainda me reservo o direito ao desgosto.
"I just believe in myself 'cause no one else is true"
Uma chuva de verão. Um chove e não molha, uma chuva que causa a falsa sensação de alívio e frescor para logo em seguida o sol voltar com o dobro do calor.
E que tarde quente.
Posso sentir o calor da rua aqui dentro do hospital no "ar condicionado". Um nome mal colocado, para não dizer errôneo.
Posso sentir o calor na minha cabeça, na fala alheia e no olhar minguante dos doentes.
Bem que o calor poderia derreter também a falsa esperança, as máscaras comerciais e as prisões alegres.

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