quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O anão

O vilarejo de Elbohän era sempre tranquilo. Normalmente pouco se via das casas de estrutura simplória, à distância, em virtude do frio vigoroso e da alva neve que quase sempre se estendia nos telhados de palha ou telha de barro. É claro, pois estamos falando das imediações da Floresta Gélida... Com ampla variedade de plantas e perigos, mas sempre havia emoções a serem sentidas ao caminhar por entre os mais belos pinos. Havia também aqueles que ousariam vir a construir uma moradia em tal floresta...

Na entrada de Elbohän, a figura solitária de um anão podia ser vista. Nem tão solitário, pois andava à cavalo  com pouca pressa. Estava com uma grossa capa de pele de urso, para se proteger do frio, que nem estava tanto. Ele já começava a suar.
Rumava ao centro do vilarejo onde se encontrava a taverna Ponto Neval. No caminho ele cumprimentava algumas pessoas, um ou outro anão também, assim como ele. Chegando no estabelecimento, ele se desfez de sua montaria passando levemente a mão na cara do cavalo, que procurou se desvencilhar pois como se tratava de um anão o gesto parecia mais grosseiro do que carinhoso. Antes de entrar ele removeu o capuz e tirou a neve das longas tranças de sua barba e também do cabelo, que eram da cor dos pinheiros que poderiam ser encontrados por ali.
A taverna estava cheia. Cheia de pó, cerveja, gentes, barulho, mas pouca confusão. A lareira estava acesa e o ambiente oferecia conforto.

- Salve amigo Olap! - Bradou o taverneiro.
- Salve Artho! - respondeu o anão.

O anão se dirigiu ao balcão, e ordenou ao taverneiro que o servisse com a melhor cerveja que ele oferecia antes que eles começassem a prosa. O taverneiro era seu amigo. E isso, para um humano, deveria significar muito, pois romper com a teimosia e o ranço de um anão era para poucos.

Era muita cerveja, pensou o anão, já na terceira caneca de cerveja, e na segunda prosa de suas andanças. Mas a lida seria bruta, então pediu uma última caneca antes de deixar a taverna, montar seu cavalo e partir vilarejo afora.

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