terça-feira, 13 de outubro de 2009

Fantasma

Depois de tudo, ela surge do nada.

Um sorriso e um cigarro;
Não, não tenho fogo, sinto muito...
Caixa de fósforos, fogo, fumaça, sorriso, silêncio;
Retribuo sorriso;
Oi, como vai?
Sorriso, silêncio, olhar vago;
Fala minha língua?
Sorriso, silêncio, olhar vago, mão carinhosa;
Ah, tá... bah, agora não dá mais, chega dessas coisas...
Mão no cabelo, carinho no rosto, abraço;
Não, não é por mal, mas já é hora...
Retribuo abraço;
Onde tá a faca?
Abraço solto, sorriso, silêncio;
Ah...
Sorriso, silêncio, se vai;
Ah...

Nem uma palavra, nenhum sentido, nenhuma expectativa.
Um fantasma veio e se foi, de mão gelada e corpo quente, sorriso amável, olhar chapado, mente distante;
Uma lembrança curiosa, de alguém que não se lembrará.
Mas ficarei gravado no seu subconsciente, memória que ela não teve.
O fantasma serei eu.

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