sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Hell march

Avança a marcha infernal. A porta dos desesperados.
Solução mágica, instantânea. Saudação. Meia-volta volver!
Armas para todos, dedo no gatilho. Coração vazio e esperança enforcada. Se não mudar de ideia, baixa a porrada!
Mitos perversos ressurgindo como salvação da humanidade. Ideias antigas, apresentadas como novas e eficientes.
E aqui do meu casulo entre quatro paredes eu observo. Que também tem fumaça e fogo. E também mata, mas apenas a mim e só mata aos poucos. Mas a ameaça que apresento está atrás desse cabelo pintado, dessa cara lavada e boca escovada.
Vejo amigos e familiares em comemoração enquanto a marcha avança. Em defesa da vida e pra botar ordem na casa.
Fazia tempo que não sentia medo.
Fazia tempo também que avisei que isso ia dar merda.
Saiu o time da seleção, com camiseta da cbf, pra entrar o outro time, o time da solução. De arma na mão. Porrada na vagabundagem, pois a culpa não é minha.
E fica cada vez mais difícil definir quem merece morrer e quem não. De bens ou de bem, que cidadão que merece perdão? Que deus abençoe. Aí já se trata de outro exército.
Vão aumentar os plantões e vou ter bastante trabalho.
Se é que não vai espirrar nada em mim.

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