segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Separar rótulos com vírgulas

Parem! Por que não param?
Seria eu o responsável por parar?

Sigo a fila do caixa, a fila do banco, sigo ao passar pelo brete, tomar a vacina, sigo a fila do restaurante, sigo o caminho planejado, sigo sem parar por mais de um instante, sigo dando um passo a mais em direção ao início dessa fila que sempre existiu, não tomei meu remédio, não tomei um rumo, não tomei medidas, não apliquei sanções, não me especializei, não soube o que dizer, não soube perguntar para onde ia esta fila, continuo sem saber onde vai ela, onde vou eu, sem saber quando foi que entrei nesta fila, de fim tão distante, e quem são essas pessoas que me seguem, nem a quem eu sigo, sigo nesta fila sem saber onde ela vai dar, se é que vai dar pra chegar em algum destino, essa fila inafiançável que vai sempre curvando pra direita, com que direito nos colocaram aqui, não sei, quem foi que o fez, não sei, por que o fez, também não sei, só sei que quando a pessoa, que pessoa, a da frente, o que tem, só sei que quando ela dar um passo a frente eu farei o mesmo, por que, não sei, não tenho alternativa, o de trás fará o mesmo, deixe estar, somente posso deixar, deixar de dar mais um passo, posso, ainda não, é preciso chegar, chegar onde, no próximo passo, no fim da fila, mas o fim não é lá atrás, é. Então para onde vão estes que aqui caminham?

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