sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Cadê

Na vitrola tocaria aquele clássico:
"Cadê você, que nunca mais apareceu aqui?
E não voltou pra me fazer sorrir"
Cadê criador, criou e se mandou? Cadê, perverso, que tem gente apanhando sem provocar.
Cadê plateia de peleia dos pobres, cadê o bastião da esperança?
"Nunca mais apareceu" é otimismo. Jamais apareceu. Nem poderia, não possui essa capacidade. É o guardião invisível; logo, não é capaz de aparecer.
"Cresça e apareça" – não cresce.
E guarda o quê? Deus me livre e guarde de você
Guardião da mesmice, da neutralidade obtida pela soma de todas as malevolências às infinitas bondades. Protetor do tanto faz, garantidor do fiz o que pude, mantenedor das apenas promessas de paz.
Ai, a pombinha branca do espírito santo, ai de mim!

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