sábado, 27 de janeiro de 2018

Contas

Poluição, nossos narizes entupidos, cheios de tatu. Cascos de cavalo batendo nas pedras. Fumaça e som de escapamento. Luz da fogueira aquecendo o acampamento. Brilho da tela iluminando nossas caras cansadas. Saco de dormir recuperando nossos ossos fatigados. Há pouco tempo para um dia só. O tempo passa devagar. Conta corrente, depósitos virtuais rolando entre nós. Dividimos o ouro, saqueamos algibeiras. Reuniões, sindicato, comunidade, grupo, bom dia. Iniciado na ordem do arco, fugitivo da guilda dos ladrões. Devemos esperar o sinal verde. Podemos derrubar algumas árvores e construir uma torre de vigia. Botão do elevador, oitavo andar, fecham-se as portas, um bom dia para vocês. Roldanas, que invenção incrível, melhor que isso, só gravidade revertida. Gravidez interrompida, proibido, mas nada que uma grana não consiga. Mortalidade infantil, natimortos divinos-diabólicos. Deixa comigo, professor, três pontos na conta. O arcano imprestável. Seguimos na luta do dia-a-dia. As preces do dia foram atendidas, um milagre se realiza, a CURA É POSSÍVEL ATRAVÉS DA FÉ. Foco e força é o cu da vó, ninguém escuta tuas conversas contigo mesmo. Alaúde, flauta, tambor. Bateria, baixo e guitarra. Voz. Voz. Verdade de faz de conta. Fingimento de verdade.

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