terça-feira, 18 de abril de 2017

Nem líquido nem rots

Eu até sei como manejar algumas partes, sílabas tais, palavras a mais. Pontue, rotule, quem nunca. O que eu perdi no meio do tempo que perdi foi a manha de pegar uma assunto pela raba, enroscá-lo na mão, dar vazão às ideias que me circundam no momento em que faço isso. Perdi, mas ainda posso encontrar; na verdade, só esqueci onde se encontra.
Eu contaria uma história, mas perco a conta de quantas vezes deixei uma ou duas escapar por entre os dedos, no tempo entre olhar de uma janela para outra.
É difícil fazer um croissant numa fábrica de pregos, ainda mais se for só nas horas vagas.
É difícil concluir uma fala sobre o não-começo.

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