sábado, 24 de dezembro de 2016

Nós somos os mortos

Não fez diferença, simplesmente. Deixei de me debater, esforço em vão, contra essas amarras. O furo era mais embaixo, tipo aquele cara que tinha levado um tiro na barriga no agitado fim do meu plantão de domingo. Morte horrível. Ninguém pôde fazer nada.
Ninguém pode fazer nada. É simples assim.
Eu achava que podia mudar o mundo me enchendo de piercings, pintando o cabelo, vestindo preto. Hoje é puramente estético. Antes também, eu só não percebia.
No fim é sorte. Tenho certeza de que eu seria uma das bruxas que queimariam vivas na Idade Média. E queimaria com gosto. Só pra não ter que dizer amém. Só pra não dar o gostinho praqueles velhos miseráveis.
O problema é que hoje dizer ou não, amém, não faz diferença. Dizer ou não dizer basta, também não faz. Dizer sim ou não. Ou os dizeres da cartilha. Dizem eles.

E é um disparo, um estouro.
Parte o partido e dá parte à polícia. Criam se os times separados por uma grade.
O nome da grade você sabe.
Pense um pouco mais.
É o que vive te dizendo pra encher a cabeça de mentiras.

You bastards!

Nenhum comentário:

Postar um comentário