É necessário um
trovão bem alto que sacuda tudo em tremores exasperantes, tirando
todas as coisas dos lugares errados para
onde elas escorreram, onde tenderiam a ficar caso nada fosse feito.
Uma
gota de suor escorre pela testa; um rio de suor escorreu no dia de
hoje, carregando em seu leito a tarde que mal e mal passava e que não
podia deixar de desembocar num céu de relâmpagos. O deus do trovão
exige um expurgo: traga uma sanguessuga, liberem a chaminé,
libertaremos a fúria, condenaremos a fuga: não há para onde ir.
Os
domínios do deus do trovão vão além do que se presume, sob sua
vontade imperiosa explodem-se erupções incontestáveis nos vulcões
de além-da-próxima-esquina; nubla-se o céu, incineram-se os
pulmões. O deus dos infernos demanda um sacrifício e façam-no
logo, sem marotagens. Não vai doer, é só uma picadinha.
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