sábado, 30 de agosto de 2014

Por pouco

Tenho pensado pouco, escrito pouco, lido pouco. Tenho expressado pouco, tenho parado pouco para pensar em tudo. Me tornei alguém produtivo. Quando trabalho, trabalho. Deixei de ser um autor clandestino, porque tenho escrito pouco. Podei de mim a criatividade que poderia ter. Lendo textos publicados em 2012, percebo que já desempenhei melhor o papel. Todos nós, na verdade. Ando preocupado, ando distraído por outras necessidades da minha atenção. Perdi a coragem, revesti a sensibilidade que aprendi, outrora, a valorizar.
Vendi-me por pouco; por pouco, eu poderia ter sido outra pessoa; por pouco que me resta, ainda não me desintegrei por completo.
Céus, até me queixar sobre o tempo passado eu fazia melhor antigamente.

2 comentários: