segunda-feira, 19 de abril de 2010

Qualquer cor que quiser: A busca

Vamos depressa, não há tempo a perder. Uau, olha só isso!
Artigos variados, bem trabalhados, da cor que quiser. Disse o vendedor.
Você tem verde?
Tenho da cor que você quiser. São todos verdes.
Legal, vou querer aquele verde ali.

Hoje, eu encaro o verde. O verde dos seus olhos, o verde do céu, o verde da rua de asfalto, o verde de uma tela de computador.
"Por que você faz isso?"
Porque essa é a minha escolha. Escolhi o artigo verde entre os demais.
Morrendo de amor pelos velhos tempos. Nunca mencionei isto, é claro.

No câmpus vazio te vejo parada no parar
Seu uniforme de aeromoça se dissipando no ar.
Eu sei que você disse concordar,
sobre sermos crianças sem máscaras para usar
Eu sei que o tempo de despedida chegou e se foi
Achei que a distância não fosse um problema
E agora preciso te dizer,
Que todo cão precisa de um lar.

Estou aqui, encarando o artigo verde. Não sei quanto ele custou, mas seja qual for o valor não valeu a pena. Oh sim, ele é meu agora. Não tenho como devolvê-lo, a menos que procure entre as estrelas ou nas profundezas de minha mente, a mesma loja que me vendeu, o mesmo ambulante.

E agora que eu estou mais velho
E você está mais fria
Queria poder oferecer muito mais do que um artigo verde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário