quarta-feira, 22 de março de 2017

Há Cidez

Quem prova do meu veneno morre. Mas eu morro aos poucos também, não sou mais que mera mortal.
O veneno faz mal e é uma produção diária, da toxicidade das relações líquidas. Quando se diz que quer algo mas desejando o inverso e se consegue aquilo que tanto diz querer, há conflito na certa.
E é melhor ter alguém. Em sentido de posse mesmo, afinal, eu não conheci e nem mesmo vi outro tipo por aí.
É melhor você ter alguém, pois a sua falsa importância aparente se revela como tal, sem importância nenhuma, diante daqueles que você pensou que talvez te achassem importante em algum momento. Eram situações de último recurso, conhecidas por outro nome: amizade.
Tá e como você sabe?
Ora, meu caro, eu também faço isso. É normal. Se eu tivesse alguém agora eu nem estaria aqui falando com você. Desculpe a sinceridade.
Quando alguém aparece e reaparece de maneira cíclica, pode ter certeza que é alguém que não tem alguém para si a longo prazo, se é que você me entende. É uma escolha. Você precisa ver o que quer.
Acabou o meu cigarro, tem algum aí? Que bom que estamos do lado de fora, assim ninguém enche o saco e podemos fumar à vontade.
Enfim, eu sei que você está pensando que eu devo ser uma pessoa tóxica e eu não lhe tiro a razão. Escolhi ser assim por uma série de motivos e um deles é fingir que eu tenho uma escolha.
Aquele cara naquela mesa estava no hospital esses dias, ficava me olhando daquele jeito que vocês caras ficam olhando as gurias, pensando que nós não estamos olhando de volta.
Agora lá está ele com sua mulher em um retrato perfeito disso tudo que to te falando, ou não.
Quantas cervejas já tomamos?
Parece que só eu estou falando e você me ouvindo enquanto as pessoas passam nos olhando e pensando que você de repente esteja na friendzone.
Não precisa ficar vermelho.
Acho que devemos beber mais uma, aí de repente tu me conta sobre o que ficou pensando todo esse tempo...

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