terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Jaime e a Fórmula da Perturbação

Falo sobre Jaime, o aprendiz, e a Fórmula da Perturbação.
A tal fórmula não foi descoberta por ele. Não foi estudada por ele. No fim, fim de quê, não sei, ele encontrou sem saber uma fatalidade natural inerente ao seu ofício de cientista astral. Jaime, o aprendiz, ficou perturbado, mais do que se poderia imaginar, ao descobrir a fórmula da perturbação. A exata fórmula que ele nunca estudou. Não saberia lê-la, apesar de ser letrado, Jaime, o letrado, não sabia ler a fórmula que nunca estudou. A fórmula que o perturbou. Jaime, o perturbado, sabia cantar, não era cantor, cantava o quê, não sei, cantava canções, que tipo, roquenrou, e blus, não sei, Jaime, o cantor sabia cantar muito bem mas desaprendeu grande parte da sua técnica de contraalgo, que ele era sempre contra algo, principalmente depois de perturbado e de não mais cantar como cantor, esse Jaime deixou de ser aprendiz quando descobriu a fórmula da perturbação, ele não a conheceu em teoria, não a compreendeu de verdade, apenas foi perturbado por ela, Jaime, o perturbado, ele queria ser grande, um grande cantor, um grande cientista, não um grande aprendiz, porque aprendiz não é grande, mestre é grande, queria ser Jaime, o mestre, mas nunca chegou a não saber o suficiente a ponto de ser sábio, pois foi perturbado pela fórmula que descobriu, Jaime, o descobridor, Jaime o contraditório, estava confuso, na verdade, fora ele perturbado pela fórmula ou a fórmula perturbada por ele, ou foi a fórmula que o permitiu perturbar, quem, não sei, perturbar a todos, seu irmão, seu João, seu Vagem, Pedro Turvo, Pietr Dúbio, Jaime, o sem título, já não era mais nada, Jaime, o insignificante, nem cantor nem jogador nem professor nem presidente nem assessor assassinante nem mestre de obras nem mestre de nada nem nada de nada, apenas uma penosa pessoa perturbada, Jaime, o não; Jaime Lão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário