Andou vagarosamente por uma rua comprida, com as mãos no bolso, uma vez que os primeiros sopros do inverno estavam à caminho. Havia pouca gente na rua, já estava ficando escuro. Eram vistas garotas de programa e um ou outro policial, algum movimento em frente ao clube Vezúvio.
O seu local preferido, no entanto, era logo após uma cerca ordinária em cima de uma coxilha, seu último refúgio, de onde ele observava uma paisagem que gostava muito: as luzes da cidade à noite.
Era um mistério para si próprio o quanto gostava daquilo, o mistério da noite... parecia que sempre havia algo acontecendo nas sombras. Na verdade para ele, isso era tudo o que sobrou na vida, este último mistério. Todo o resto já havia sido perdido ou desperdiçado.
Enquanto pensava tudo isso ele acendeu um cigarro e ficou contemplando a paisagem. Dali era possível ver um prédio de uma empresa onde trabalhou apenas um ano, que parecia cinquenta. Apesar de tudo isso ainda tinha boas lembranças daquele tempo, quando ele ainda era novo.
Lembranças. Tudo o que havia sobrado de sua vida. Hoje ele estava bem mais velho e tudo estava muito mais frio. Não se pode dizer que ele não lutou pelo que acreditava, pelo contrário... Mas ainda assim, acabou sozinho... Não havia mais nada para acreditar nem nada pelo que lutar, na sua visão acabou o caminho.
Lá longe era possível ver as luzes dos carros passando, parecia uma espécie de circuito em um manto negro. Talvez aquilo lhe agradasse por lembrar as estrelas, do céu noturno, do último mistério que ele tentava desvendar...
Olhando novamente aquele prédio da empresa, lembrou quando ainda estava lá e olhava daquela mesma janela para onde estava sentado, vendo as luzes do outro lado, e com medo de que um dia o que ele vivia hoje, se tornasse realidade.
Lá longe era possível ver as luzes dos carros passando, parecia uma espécie de circuito em um manto negro. Talvez aquilo lhe agradasse por lembrar as estrelas, do céu noturno, do último mistério que ele tentava desvendar...
Olhando novamente aquele prédio da empresa, lembrou quando ainda estava lá e olhava daquela mesma janela para onde estava sentado, vendo as luzes do outro lado, e com medo de que um dia o que ele vivia hoje, se tornasse realidade.
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