segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O dia que Chico chorou

Chico é um cara normal.
Poderia ser eu ou você. Chico trabalha, e só trabalha. Chico já estudou mas não quis virar doutor.
Chico, o que você fez? Magoou alguém. Não fez o bem.
Chico! Lhe apontavam os dedos. E os dedos... os dedos falam.
Mais do que falam, gritam. Xingam.
Então Chico é muito xingado. É.
Chico já tentou escrever muitas vezes em vão; Começou, continuou e parou.
Tentou falar. Tentou consertar, mas não haveria conserto. Nem mesmo concerto.
Uma orquestra talvez. Uma junção de todos os gritos apontando seus erros. Um coro que dá nascimento. Um coro que faz Chico nascer novamente, diferente, com outra cara. Um cara do comercial.
Um dia Chico ouviu um muito obrigado. Na sala de espera. Do Doutor Ricardo. E, ressabiado, colocou empenho em sua investigação. O erro não estava ali. E sim um acerto.
Logo depois Chico foi informado. Um câncer. Estava tomado.
E isso era tudo. Era muito.
E nesse dia apenas, Chico chorou.

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