sexta-feira, 10 de maio de 2013

Atítulo

Um dia, numa conversa sobre nada, tu percebe uma verdade pontiaguda. O caso é: perceber que uma década, década, aquela medida de anos que a gente ouvia dizer-se de coisas demoradas, de pessoas que viveram bastante e que jogam essa medida na nossa cara e pesa mais que um coturno, enfim, uma década passou desde o dia em que tu, no caso eu, com seus incontáveis quinze anos de idade decide que já é crescido o suficiente para contrariar quase tudo que queiram ensinar, recusar conselho e palpite; o dia em que tu sabe que sabe das coisas e que qualquer crítica que vier é porque te subestimaram ou interpretaram errado. Dez anos passaram, se foram.
Dez anos com aquela miopia de todo dia, anos de ouvir música velha e de esperar pel'outro dia.
Tu percebe que naquela época não conseguia se imaginar com vinte e cinco, e de repente ter vinte e cinco é tão real quanto pensar que falta décadas pra chegar nos trinta e cinco, e tu ainda nem te acostumou com vinte e dois.
[...] aqui, acabei desistindo de chegar a algum lugar com um raciocínio que eu não sabia bem que estava fazendo. Quando parei pra pensar, cometi um erro e perdi o fio; de qualquer forma, escrito está o que eu pude escrever, pois ousei palavrear.
Talvez em breve eu continue a falar sobre isso sem saber, num outro texto qualquer sob algum outro pretexto.
Que chegue logo o dia em que meus pensamentos não esconderão mais as minhas ideias.

3 comentários:

  1. tava curtindo teu lance de idade versus achar que sabe!!!

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  2. Eu sei, ou acho, que quando tiver 35 vou perceber que, aos 25, não sabia de nada sobre não saber, e que só achava que sabia alguma coisa.

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