terça-feira, 9 de novembro de 2010

Pedro Paulo

Pedro Paulo uma vez amou; e isso continuou nele até o final de seus dias na Terra. Alguns poetas diriam que mesmo após o fim deles.
O seu amor foi amado a dois, em um.
Pedro Paulo e sua amada, mortais que eram, trilharam um caminho com fim.
Ela se foi, ele ficou.
E enquanto viveu, ele ouvia a sua voz, lhe desejando que fossem bons os dias que restavam.
Alguém ainda vinha cuidar das flores ali fora, ele via de sua cama meio vazia. Vinha cuidar da saudade que os seus olhos sentiam de ve-la, de ve-la sorrindo e das flores que se mudaram para seu vestido. Mas estes últimos sorrisos vinham só pra ele, pra aquele cujo coração ela habitava há mais tempo, no lugar mais profundo, lugar único.
E ele não mais levantava, ele apenas esperava o dia que seria o seu último no lado onde os homens morrem sozinhos.
No final do caminho, ela esperava alegre, em paz. E eles puderam finalmente dar as mãos novamente, quando chegou a hora dele também partir.
Espero nunca entender o que Pedro Paulo sentia. Espero nunca ter que soltar a mão que encontrei no caminho.

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