sábado, 27 de março de 2010

Gotas

Um dia, as nuvens se cansarão. Elas ficarão cansadas de ajudar as gentes tolas aqui embaixo. Ficarão cansadas de ver o desperdício que os daqui fazem com a benção dada por elas, fazendo mau uso daquilo que ganham, como que desprezando o presente de um amigo.
Pois deve realmente cansar, ver essas gentes se afogando, não nos rios que ajudamos a formar, mas nos poços de erros deles próprios. Não é surpreendente, pois é irônico ver pessoas jogando tanta água – tanto a mais do que seria preciso – na sujeira que elas mesmas fizeram.
Foi um equívoco pensar que recursos abundantes poderiam ser considerados infinitos. Ou, pelo menos, foi assim que se agiu, sem preocupação; sem a preocupação que agora sobra, mas que, infelizmente, existe apenas em alguns.
E essa despreocupação fez com que os despreocupados fossem, por si mesmos, a um ponto perigoso de um caminho desconhecido, chamado futuro. Talvez seja melhor parar e pensar um pouco, agora. Pensar no quanto pode ser seco daqui em diante. Parar e pensar, antes de continuar seguindo sem saber pra onde. Neste ponto perigoso, nos encontramos agora, a um passo de um precipício; à beira de um buraco que poderia ser um lago, se não tivéssemos jogado fora tanta água, por tanto tempo.

Um comentário:

  1. Mas como sou um seguidor de algo que não sei, e nem tem como seguir? heahehaehahea

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